quinta-feira, 16 de abril de 2009

Os Assírios

De origem semita, os assírios viviam do pastoreio e habitavam as margens do rio Tigre. A partir do final do segundo milênio a.C., passaram a se organizar como sociedade altamente militar e expansionista. Realizaram diversas conquistas e expandiram seu domínio para além da própria Mesopotâmia, chegando ao Egito. O centro administrativo do império assírio era Nínive.

O exército assírio era um dos mais notáveis da Antigüidade, fato que proporcionou aos assírios o poder de conquistar diversos territórios. A cada território o exército aumentava ainda mais por causa do alistamento obrigatório que esses implementaram. Alguns historiadores acreditam que os assírios pudessem colocar ate 100 mil soldados em campo.

Mesmo com o exército, o império nao conseguiu se sustentar em grande parte pelo fato de que a maioria da população do império nao gostava do regime militar e muitas vezes cruel ao qual estavam submissas. Um dos reis que mais se destacou foi Assurbanípal.

A Assíria foi um reino que se formou na região montanhosa do alto Tigre, ao norte da Mesopotâmia, expandindo-se posteriormente por terras Oriente Próximo. O nome também pode designar a região em que se desenvolveu a civilização assíria.

Lord Byron começa seu poema The Destruction of Sennacherib ("A Destruição de Senaqueribe") com "The Assyrian came down like the wolf on the fold (Os assírios desceram como um lobo uma falda ou encosta de um monte). No auge de seu poder, os assírios eram como um lobo entre ovelhas, embora sua reputação seja intensificada por várias referências no Velho Testamento e por extensas cenas de batalhas achadas em suas ruínas.

Por um tempo, eles evoluíram do desafio de estarem cercados de inimigos para se tornarem a mais poderosa força militar no mundo conhecido. Sua lendária barbaridade e ferocidade eram uma política deliberada com o intento de fomentar a submissão dos inimigos e minimizar o risco de revolta dos vassalos.

Localização

A Assíria localizava-se no norte da Mesopotâmia (atual Iraque), a longo dos rios Tigre e Eufrates. Foi assentada após Sumer, ao sul, mas foi dominada pelos sumérios tanto culturalmente quanto politicamente durante o começo de sua história.

Capital

A capital da Assíria era Assur durante a maior parte da sua existência, mas mudou para outras cidades quando reis construíam novos palácios. Outras cidades e capitais importantes foram Nínive, Arbela, Khorsabad e Nimrud.

Evolução política

Segundo as teorias bíblicas, os assírios seriam descendentes de Assur, o segundo filho de Sem e neto de Noé. Entretanto, tal teoria carece de maiores elementos confirmadores, de modo que a origem desse povo da Antiguidade tem sido explicada pela arqueologia.

Por volta de 2000 a.C., em meio a um grande movimento de indo-europeus vindos do Cáucaso, os assírios estabeleceram-se na região do alto Tigre. Foram invadidos pelos bárbaros semitas denominados amoritas. Por volta de 1000 a.C., um rei amorita dos assírios estabeleceu controle da maior parte do norte da Mesopotâmia. Seu poder durou pouco por causa da ascensão da Babilônia sob Hamurábi e dos mitanos, povo do oeste, na moderna Síria.

Durante o segundo milênio a.C., os assírios foram dominados seguidamente pelos mitanos e pelos amoritas da Babilônia.

O período de 1363 a 1000 a.C. foi o Médio Império Assírio. Vários reis fortes reconquistaram a independência assíria e, então, começaram a invadir os impérios vizinhos. Os assírios evitaram destruição durante a catástrofe de 1200 a.C., talvez porque já estivessem adotando novas técnicas militares e armas que os velhos reinos não utilizavam. No vácuo político da Idade das Trevas da Antiguidade, os assírios prosperaram. Em 1076 a.C., Tiglatfalasar I alcançou o Mediterrâneo, à oeste.

Já no século XIII a.C., os assírios, sob Tukulti-Ninurta I (1242 a.C. - 1206 a.C.), libertaram-se da Babilônia.

Por volta de 1200 a.C., ocorreu um novo grande movimento migratório de indo-europeus. No Egito, foram contidos pelos faraós Meneptah (1235 a.C. - 1224 a.C.) e Ramsés III (1198 a.C. - 1166 a.C.). Na Grécia, geraram um grande processo de dispersão. Na Ásia Menor, causaram o declínio dos hititas. Na Mesopotâmia, geraram a agitação dos arameus, que terminaram por invadir a Babilônia e a Assíria por volta de 1047 a.C.. Relatos da época dizem-nos que os assírios refugiavam-se em "terras inimigas" escapando "da míngua, da fome e da miséria". Os templos ficaram em ruínas, e a interminável guerrilha contra os nômades teria alterado o caráter da Assíria, transformou-a em uma nação de guerreiros cruéis e bem adestrados, com um poderoso exército, que, em pouco tempo, abalou todo o Oriente Médio.

O Novo Império Assírio, de 1000 a.C. a 600 a.C., representou o auge das suas conquistas. O império ia da ponta do Golfo Pérsico, passando ao redor do Crescente Fértil por Damasco, Fenícia, Palestina, e entrava no Egito até Tebas. Sua fronteira norte eram os Montes Tauros da atual Turquia. Com exceção do que tinha sido as culturas minóica (Creta), micênica (Grécia) e hitita (Turquia), todas as áreas de civilizações pré-catastrofe ao Oeste foram governadas pelos assírios.

Por volta de 830 a.C., no reinado de Salmanasar III, os arameus foram subjugados e a eles foi imposta uma cobrança tributária.

O Império Assírio

Em 729 a.C., no reinado de Tiglath-Pileser III ou Teglatefalasar III (746 a.C. - 727 a.C.), os assírios conquistaram a Babilônia. Teglatefalasar III também conteve a expansão da Média no oriente e tentou sem sucesso conquistar o reino de Urartu, situado no Ararat.

Israel foi conquistada no primeiro ano do reinado de Sargão II (721 a.C. - 705 a.C.). Cerca de 27.000 israelitas foram deportados. Em 715 a.C., foi a vez da Média ser conquistada. Sargão II ainda conquistou a Síria.

Seu sucessor, Senaquerib (705 a.C. - 681 a.C.), transferiu a capital de Assur para Nínive. De acordo com os livros bíblicos de II Reis, II Crônicas e do profeta Isaías, admitido no cânon do Antigo Testamento, Senaquerib teria buscado conquistar Judá, cercando a cidade de Jerusalém. No entanto, a Bíblia relata que Senaquerib fracassou em sua tentativa militar e, ao retornar para Nínive, foi assassinado por dois de seus filhos.

Então, Senaquerib, rei da Assíria, partiu, e foi; e voltou e ficou em Nínive. E sucedeu que, estando ele protado na casa de Nisroque, seu deus, Adrameleque e Serezer, seus filhos, o feriram à espada; porém eles escaparam para a terra de Ararate; e Esar-Hadom, seu filho, reinou em seu lugar. (II Reis 19:36-37)

O filho e sucessor de Senaquerib foi Esarhaddon, também conhecido por Assaradon (681 a.C. - 669 a.C.), que expandiu seus domínios ao Nilo, estabelecendo sobre o Egito uma dominação inicialmente precária, tendo também reconstruído a Babilônia que fora destruída por seu pai, a qual pode ter se tornado a nova capital do Império Assírio durante algum período.

A Queda do Império

Assurbanipal (669 a.C. - 631 a.C.), não obstante gostando de exaltar sua selvageria e impiedade sobre os povos vencidos, não conseguiu evitar que o Egito, em 653 a.C., efetivasse sua emancipação. À independência do Egito, seguiram-se rebeliões na Fenícia, na Babilônia e no Elam.

No entanto, sabe-se que Assurbanipal foi o rei que mandou criar a biblioteca de tábuas de barro na Babilônia, a Biblioteca Real de Assurbaníbal, com obras escritas em linguagem cuneiforme, em que, tendo muitas delas sido preservadas até os dias atuais, permitiram aos arqueólogos descobrir muitos aspectos da vida política, militar e intelectual desta grande civilização e na investigação dos textos bíblicos.

Em 625 a.C., os caldeus tomaram a Babilônia e conquistaram sua independência. Ciáxares, rei da Média, em aliança com o rei dos caldeus, invadiu Assur em 615 a.C. e, em 612 a.C., tomou Nínive, pondo fim ao Estado assírio.

Organização social e Política

Formou-se na Assíria, ao longo do tempo, um corpo burocrático bastante eficiente. Muitos deles eram epônimos, e, portanto, davam nome ao ano. O rei era, em geral, o epônimo do primeiro ano. Seguia-se a ele, assim, uma série de epônimos, em critério de hierarquia. Tal sistema constitui um elemento de grande importância para os historiadores no processo de datação.

A política externa assíria era conhecida por sua brutalidade para com os inimigos. Em muitos casos, atos de selvageria por parte do império assírio foram empregados com o fim de persuadir seus inimigos a se entregarem sem luta. Registros escritos da época demonstram o temor dos povos adjacentes ao terror assírio. Os governantes assírios caracterizaram-se também pelo tratamento despendido aos povos conquistados. Para evitar movimentos rebeldes nas regiões conquistadas, os povos vencidos eram capturados, removidos de suas terras, e distribuídos entre as cidades do império, diluindo seu poder. Nativos assírios e inimigos capturados de outras regiões eram encorajados a ocupar as áreas conquistadas. Esta prática mostrou-se particularmente eficiente, e foi mantida pelos babilônicos no período subseqüente.

Assim, como na maioria dos Estados que se desenvolveram no Crescente Fértil, os reis assírios exerciam um poder autocrático, sendo considerados inclusive intermediários entre os deuses e o povo. A partir do reinado de Teglatefalasar III, foram instaladas guarnições permanentes nos países dominados.

A religião seguia as bases dos cultos realizados pelos sumérios. Cada cidade era devota de um deus específico (ao qual se associava a sua criação e proteção), e os deuses mais importantes do panteão assírio dependiam do grau de influência de suas cidades na política interna. Assur era o principal deus assírio. Os zigurates permaneceram como o centro cultural, religioso e político das cidades assírias.

Fonte: Wikipédia

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