domingo, 5 de abril de 2009

A Colonização do Brasil

A Colonização do Brasil é o nome do processo de povoamento, exploração e dominação realizado pelos portugueses a partir do século XVI nas atuais terras brasileiras. Tem início com a chegada dos colonizadores à nova terra, habitada por numerosas nações indígenas.

Não se deve confundir a colonização do Brasil com a época do Brasil Colônia, visto que o processo de povoar e desenvolver o território começou antes e foi além da ocupação portuguesa, desde os índios até os imigrantes recentes.

Os povos ameríndios teriam sido os primeiros colonizadores (no sentido de que se propagaram pelo território). Sua origem ainda não foi plenamente esclarecida, mas a opinião mais aceita é de que descenderiam de antigas raças asiáticas e da Oceania que teriam chegado à América pelo estreito de Behring ou pela navegação no Oceano Pacífico.

A princípio os portugueses acreditavam que os índios pertenciam ao mesmo grupo racial. Após algum tempo, percebeu-se que havia diferenças significativas: os grupos tupis possuíam uma organização social mais complexa e falavam uma mesma língua. Os tapuias habitavam o interior.

Hoje se diz que os índios do Brasil podiam ser divididos em quatro grande grupos étnicos: os tupi-guaranis, os tapuias (ou jês), os nu-aruaques e os caraíbas.

Todas estas nações indígenas, embora tivessem suas estruturas políticas distintas em relação às civilizações do México, da Bolívia e do Peru (que constituíram-se em impérios) e, não opondo ao colonizador português a resistência que essas haviam oposto ao espanhol, deixaram como legado milhares de novas palavras ao vocabulário da língua portuguesa hoje falada no Brasil.

Muitos topônimos são originários da língua dos índios: os nomes de vários Estados (Amapá, Ceará, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí), de numerosas cidades (Caraguatatuba, Carapicuíba, Embu, Itamarandiba, Itaquaquecetuba, Paranapiacaba etc.), de acidentes geográficos (Anhangabaú, Itapeva, Urubuqueçaba, Itacolomi) e de animais (jaguatirica, urubu, tapir, siriema, jacutinga) tem como origem a cultura indígena, provando sua força.

Portugal e seu império colonial

Causas da expansão da colonização do Brasil

Vasco da Gama explorou as costas do Oceano Índico, abrindo as portas do Oriente à colonização portuguesa. Com o objetivo de obter a hegemonia comercial na região, os portugueses entraram em luta com os mercadores árabes, os antigos senhores dos mares, conseguindo infligir-lhes sérias derrotas. Calecute, Egito e Veneza uniram-se contra Portugal, porém esta aliança foi derrotada em 1509.

Em 1510 Afonso de Albuquerque conquistou Goa, na Índia, que logo se transformou na principal possessão portuguesa na Índia. O controle português das rotas marítimas entre o oceano Índico e o mar Mediterrâneo foi assegurado com a tomada da ilha de Socotorá e da cidade de Ormuz.

Ao Sião e às ilhas de Samatra e Java foi posteriormente imposto o protetorado português, com o domínio na região de Malaca na península da Malásia. Com tal domínio, os exploradores portugueses puderam chegar às ilhas de Sonda, à China e ao Japão. Portugal passou a ter um controle tão grande do Índico que era necessário a quem quisesse atravessá-lo solicitar um salvo-conduto às autoridades portuguesas.

As conquistas no Oriente, somadas à existência dos entrepostos comerciais da África, fizeram nascer o primeiro grande império colonial da Europa moderna, que se estendia por 20.000 km de costas, do cabo Bojador, no Oceano Atlântico, às ilhas Molucas, no Oceano Pacífico.

Ineficaz, porém, foi a forma do monopólio da exploração do império. Em vez de povoar os territórios, o que era humanamente impossível devido à vasta extensão e ao escasso número de pessoas para o fazer, Portugal se impunha militarmente: para manter a logística, dispendia boa parte do que lucrava com o comércio das especiarias, sobretudo a pimenta.

Como se isso não bastasse, a concorrência começou a crescer com a entrada no comércio dos espanhóis, franceses, ingleses e neerlandeses atraídos pelos lucros obtidos com a revenda das especiarias na Europa.

Desta forma, por volta de 1550 já se encontravam decadentes as estruturas coloniais portuguesas na Ásia e na África.

A pré-colonização européia

No início, houve poucos pontos de ocupação espalhados pela extensa costa do Brasil, entre os pontos extremos determinados pelo meridiano do Tratado de Tordesilhas (1494).

Portugal não se interessou pelo Brasil de início, pois estava no auge o interesse pelo comércio de especiarias após a expedição em que Vasco da Gama descobrira o caminho para as Índias. Os portugueses tinham vindo atrás de riquezas minerais[carece de fontes?], mas o principal tesouro que encontraram seria o pau-brasil (Caesalpinia echinata), árvore em relativa abundância em largas faixas da costa. Do cerne avermelhado da madeira se extraía uma substância corante, usada para tingir tecidos. A madeira, dada sua grande resistência, era usada para mobiliário e na construção de navios. Como não descobriram ouro no Brasil e o comércio do pau-brasil rendia muito menos do que a pimenta e a noz-moscada, o interesse de Portugal limitou-se ao envio de algumas expedições.

Até 1530 a intervenção de Portugal resumiu-se ao envio de algumas esquadras para verificação da costa, à exploração comercial do pau-brasil, fundando-se feitorias, onde se armazenava o pau-brasil até a chegada da próxima frota. Eram atacadas por barcos franceses e por índios.

No início, vinham apenas homens portugueses para o Brasil, o que provocou grande miscigenação, formando-se casais inter-étnicos (portugueses-índias). A segunda geração, seus filhos, conheciam a língua nativa e tinham outras facilidades de relacionamento. Alguns se tornaram famosos bandeirantes como Francisco Dias Velho, por exemplo, o fundador da povoação que deu origem à Vila de Nossa Senhora do Desterro, bisneto de uma tapuia.

Entre os portugueses que formaram família no Brasil destacaram-se no início da colonização Diogo Álvares Correia, o "Caramuru", e João Ramalho.

Caramuru viveu na Bahia, em cuja costa havia naufragado o navio em que viajava em 1510, até a sua morte, em 1557, sendo respeitado pelos Tupinambás. Tinha várias mulheres, como costume entre os índios, entre as quais Paraguaçu, filha de um chefe guerreiro ou cacique. Com ela teve muitos filhos; duas filhas se casaram com espanhóis, moradores na região.

De João Ramalho, não se sabe se seria náufrago, degredado, desertor ou simples aventureiro. Desde 1508 convivia com os índios Guaianases, na região onde mais tarde seria fundada São Vicente. Casou-se com Bartira, também filha de um chefe guerreiro. Bartira e João Ramalho tiveram tantos filhos e filhas que estão presentes na genealogia de todas as antigas famílias paulistas.

O início da colonização européia

Diz-se que é a partir de 1516 que se inicia, realmente, a colonização, com a ordem de D. Manuel I de distribuir, gratuitamente, machados e enxadas aos portugueses dispostos a povoar o Brasil. Em 1518, porém, os índios exterminariam a colônia em Porto Seguro, atacando a igreja e, em seguida, a feitoria.

Ataque de índios a uma povoação de colonos

Excetuando-se a expedição guarda-costas de Cristóvão Jacques, em 1516-1519, não houve praticamente atividade oficial da Coroa na América portuguesa. A primeira tentativa de governo se dará sob D. João III com a missão chefiada por Martim Afonso de Sousa. Dessa longa viagem há um documento fundamental, o "Diário da navegação", de Pero Lopes de Sousa, de 1530-1532 mas só publicado no século XIX. É peça chave para se entender a luta entre Portugal e Espanha pelo controle do estuário do Rio da Prata.

Alguns historiadores situam o início da colonização por volta de 1530, quando começou a cultura da cana-de-açúcar e a instalação de engenhos para a fabricação do açúcar. Mas a implantação deste esquema exigia atividades complementares, secundárias porém fundamentais para a produção açucareira: a pecuária e a agricultura de subsistência.

A cultura do açúcar incidiu primeiramente sobre o século da descoberta e sobre o início do século XVII, mas influenciou o Brasil durante quatro séculos. Até às grandes descobertas dos ibéricos, o açúcar era produto de farmácia, caro, ao alcance de poucos, presente oferecido em porções diminutas. Já no século XV Portugal o obtinha de canaviais plantados na Ilha da Madeira, Açores, São Tomé. Sua demanda pela Europa o foi fator que estimulou a ocupação da costa brasileira e a imediata criação de áreas produtoras, inicialmente situadas no Recôncavo baiano e na Zona da Mata pernambucana. As mudas vieram da Madeira com as primeiras expedições e se espalharam pelo litoral. Plantou-se cana de açúcar em todas as capitanias hereditárias, mas Pernambuco foi onde deu certo!

Já as primeiras cabeças de gado vieram do arquipélago de Cabo Verde, em 1534, para a capitania de São Vicente. Em 1550 Tomé de Sousa mandou uma caravela a Cabo Verde trazer um novo carregamento, desta vez para Salvador. Da cidade, o gado começou a espalhar-se rumo a Pernambuco e para o nordeste e o norte, principalmente Maranhão e Piauí.

A interiorização da ocupação

O reconhecimento do interior da terra, descoberta há poucas décadas, começou a ser feito pelas entradas e bandeiras. Havia interesse em descobrir o ouro, a terra do Eldorado, ou diamantes como na Índia, e prata como nas minas do Potosí, na atual Bolívia.

O sonho das riquezas estimulou a penetração, e foram surgindo arraiais.

As entradas eram penetrações organizadas pelos governadores e contavam portanto com seu incentivo, eram pagas pelo Rei. As principais saíram da Capitania de São Vicente e destinavam-se a prender índios para escravizá-los (dizia-se prear carijós) e buscar os metais preciosos - ouro e prata - tão abundantes nas zonas de colonização espanhola como México, Peru, Bolívia.

Os vicentinos aproveitaram o fato de os rios do planalto sul do Brasil correrem para o interior e desceram por eles rumo ao interior, às bacias dos rios Paraná e Paraguai e Uruguai, penetrando regiões que teoricamente pertenciam à Espanha, onde os jesuítas aldeavam os índios, ou bugres, em aldeias a que chamavam reduções. Já os encontravam reunidos, catequizados, eram presa mais cobiçada!

Outros rumaram pelo que se chamava o sertão dos Cuietés, subindo serranias, padecendo de seus esforços brutais, na terra que hoje é Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso. Demoravam anos em pesquisas, alguns enlouqueciam mesmo, sem conseguir voltar a sua vida normal, alucinados com a febre do ouro, das esmeraldas, dos diamantes. Como tinham que plantar para comer, onde permaneciam meses deixaram o núcleo dos ajuntamentos que se transformaram em aldeias, vilas, cidades.

Já as bandeiras eram expedições financiadas por comerciantes, fazendeiros, traficantes de bugres. Juntavam-se aventureiros e mamelucos paulistas, partiam sob a chefia de algum homem das velhas famílias indigenizadas de São Paulo, Camargo, Pires, Pais Leme ou Bueno da Silva, deixando a gerir seus negócios costumeiros suas valentes mulheres, as verdadeiras matronas. Passavam anos no mato, formavam famílias novas com as carijós da terra, fundavam arraiais onde plantavam milho, escalavam os picos da terrível serra da Mantiqueira, passavam fome e frio, tudo isso para trazer fieiras de índios e, muito mais tarde, nos anos finais do século XVII, as primeiras pepitas de ouro recolhidas nos ribeirões do Carmo. Entraram para a história do Brasil como bandeirantes.

Desde 1578, quando o jovem rei de Portugal, D. Sebastião, morreu combatendo alguns potentados mouros no norte de África, na batalha de Alcácer-Quibir, o destino de Portugal estava entregue à Espanha. Assumiu de imediato a coroa seu tio-avô, o velho cardeal Dom Henrique que morreria dois anos depois em 1580. Por força de seu sangue português, palavras, armas e dinheiro, Filipe II, rei da Espanha e tio de D. Sebastião, foi aclamado rei de Portugal como Filipe I. Pelo Juramento de Tomar, o rei espanhol concedeu em 20 de abril de 1581 certa autonomia a Portugal: mantinha o idioma, os cargos seriam atribuídos a funcionários portugueses. Teve início então o período de 60 anos de domínio espanhol: Portugal (e o Brasil) herdaria os inimigos da Espanha, que não eram poucos: Inglaterra, França e as Províncias Unidas ou Holanda. Com a União Ibérica, surgiu o interesse dos Países Baixos em nossa terra, por isso o Nordeste foi invadido e dominado por tantas décadas. O assunto é mais estudado no capítulo Invasões holandesas no Brasil.

Curiosamente, durante quase um século, entre 1648 e fim da década de 1740, o Brasil dominou Angola, tomando o lugar de Portugal no controle da colônia e do tráfico de escravos. O domínio começou com o envio de uma armada, financiada por comerciantes brasileiros, para reconquistar Angola, então sob o domínio dos Países Baixos.

De 1641 até à altura da Restauração de Angola, em 1648, ficou o Brasil em difícil situação econômica devido à falta de renovação da mão-de-obra escrava, ocorrendo declínio da colonização, ao mesmo tempo que aumentava, de maneira notável, o progresso das regiões ocupadas pelos holandeses da Companhia das Índias Ocidentais comandados por Maurício de Nassau. Em virtude de sua privilegiada posição estratégica com litoral no Atlântico Sul, em frente de Angola, e pelas condições que ofereciam os seus portos, em particular a Bahia e o Rio de Janeiro, estava o Brasil em ótima situação para servir de ponto quase obrigatório de passagem das armadas que se dirigiam a Angola. Assim sucedia com as frotas comerciais, que iam ao Brasil e só dali alongavam a sua viagem até Angola. Duas armadas militares enviadas a Angola em 1645 tiveram na Bahia a sua base naval, o mesmo tendo acontecido à armada libertadora de 1648. Quando Angola foi libertada dos holandeses, os negros dali idos, em número elevado, constituíam apreciável aglomerado social vinculado espiritualmente à sorte da sua terra-mãe, sendo de destacar, entre eles, Henrique Dias, o qual combateu valorosamente pelo estandarte real tanto no Brasil como em Angola. A História que se ensina nas escolas lusófonas ignora ou quase ignora que negros, mestiços e brancos colaboraram entusiasticamente na empresa "angolana", solidarizando-se na tarefa da libertação e reconquista de Angola e São Tomé e Príncipe.

Este fato tem relações próximas com o fato dos neerlandeses terem invadido Pernambuco. Esta invasão neerlandesa durou de 1624 a 1654. Em 1637, instalou-se em Pernambuco o conde Maurício de Nassau. Nassau percebeu que faltava mão-de-obra na região e deu-se conta também de que podia vir de Angola. Assim, reportou a Amsterdã que para manter o domínio sobre Pernambuco era preciso dominar Angola. Desta forma os neerlandeses a tomam, em 1641. O domínio neerlandês em Angola dura até cerca de 1648, quando os portugueses já têm Pernambuco praticamente de volta. Portugal autoriza a retomada de Angola, mas não envia tropas. Quem toma esta atitude são os comerciantes do Rio de Janeiro, que pagam uma armada para tomar Angola dos neerlandeses, que não impõem resistência. Estes já estavam perdendo o Nordeste, portanto Angola já não lhes interessava. Num dia a armada brasileira tomou Luanda. A partir de então todos os cargos importantes do governo passaram a ser ocupados por pessoal vindo do Brasil, desde o governador-geral até o bispo e o comandante militar. Isto durou por quase um século.

Expansão territorial

Costuma-se dizer que durante o século XVI, as povoações se concentravam no litoral, já que os colonos tinham medo da floresta e dos índios. Isso começou a mudar quando os jesuítas passaram a fundar missões no interior. A partir daí, a marcha em direção ao interior foi efetuada pelos bandeirantes e pelos criadores de gado. Aumentou consideravelmente a extensão do território, por ações de expedições militares do Governo para expulsar estrangeiros, jesuítas que fundaram aldeias para catequizar os índios e exploração econômica de riquezas naturais do sertão, bandeirantes que buscavam apresar índios no sertão, e acharam metais preciosos, e criadores de gado cujos rebanhos e fazendas foram sendo "empurrados" para o interior.

As principais expedições militares fundaram brasil de Nossa Senhora das Neves (1584), hoje João Pessoa; o Forte dos Reis Magos (1597), hoje Natal; a Fortaleza de São Pedro (1613) hoje Fortaleza e o Forte do Presépio (1616) atual Belém.

A pecuária desempenhou grande papel na economia colonial pois fornecia à população carne, força motriz para os engenhos, couro com suas múltiplas utilidades e os animais de transporte para as zonas mineradoras. Representava um negócio interno e seus lucros foram diretamente incorporados pela colônia mesmo sendo atividade bastante rudimentar.

Carta régia de 1701 proibiu a criação do gado numa faixa de 10 léguas a partir do litoral, já que ocuparia extensos pastos mais lucrativos se utilizados na cultura canavieira. Os sertões do nordeste são a área criatória mais antiga da colônia. A fase de ascensão da pecuária nordestina estendeu-se até o início do século XVII, até sua pratica extinção causada pelas brutais secas de 1791 e 1793. Nas campinas da região sul, a pecuária encontraria por seu lado condições altamente favoráveis.

Depois da união ibérica (1640), Portugal entrou em recessão com a concorrência que o açúcar das Antilhas fazia ao do Brasil, cujo preço caiu. O velho sonho de encontrar ouro foi retomado.

Datas importantes no século XVII

Algumas datas são importantes marcos na história da colonização no Brasil.

* 1603 - Publicação das Ordenações Filipinas em 11 de janeiro, promulgação dos primeiro Regimento das Minas em 16 de agosto.

* 1604 - Criação do Conselho das Índias e Conquistas Ultramarinas.

* 1605 - Início das medidas de controle sobre a permanência de estrangeiros em território português ultramarino, concessão de ampla liberdade aos índios, por provisão real de 5 de junho, construção do Forte de Santa Cruz no Rio de Janeiro.

* 1606 - Concessão à Santa Casa do Rio de Janeiro dos mesmos privilégios e provisões da Santa Casa de Lisboa.

* 1608 - Nova divisão do Brasil em duas administrações: norte e sul (incluindo Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Vicente). Foral da vila de Angra dos Santos Reis da Ilha Grande, Rio de Janeiro e criação da vila de Nossa Senhora da Conceição em Angra dos Reis, Rio de Janeiro.

* 1609 - Início do governo de Francisco de Sousa, sediado no Rio. Criação do Tribunal da Relação do Brasil em Salvador, por resolução de 7 de março e Instalação do matadouro do Rio.

* 1612 - Reunificação administrativa do Brasil.

* 1615 - Elevação da vila (antiga feitoria) de Nossa Senhora da Assunção de Cabo Frio, construção do forte de São Mateus (ou Santo Inácio) próximo à ponta de Búzios, Cabo Frio, no Rio.

* 1616 - Tratado de paz entre Holanda e Portugal.

* 1617 - Provisão de Salvador Correia de Sá a seu filho Gonçalo Correia de Sá, ordenando a abertura do caminho da marinha para o rio Paraíba e exploração do sertão. Carta régia autoriza a todos os vassalos a exploração das minas descobertas no Brasil.

* 1618 - Início na Europa da Guerra dos Trinta Anos. Promulgado do segundo regimento das minas.

* 1619 - Estabelecimento da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência no Rio.

* 1620 - Início do conflito entre jesuítas e o Santo Oficio.

* 1621 - Fundação da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais com privilégios comerciais na África e América. Início do reinado de Filipe III de Portugal (Filipe IV da Espanha), dinastia de Habsburgo. Divisão do Brasil em Estado do Brasil e estado do Maranhão e Grão-Pará.

* 1622 - Fundação dos primeiros engenhos de açúcar no Maranhão.

* 1624 - Holanda invade a Bahia.

* 1627 - Início de povoamento dos Campos dos Goitacazes com introdução de pecuária, principalmente a partir de 1633.

* 1634 - Freguesia de Nossa Senhora da Candelária, na cidade do Rio de Janeiro.

* 1640 - Fim da União das Coroas ibéricas. Restauração da monarquia portuguesa com aclamação de D. João IV, da Casa de Bragança.

* 1642 - Criação do Conselho Ultramarino e dos conselhos da Consciência, Fazenda, Guerra, e Estado. Abolição dos monopólios régios nas Índias e Guiné, salvo o da canela. Decreto do monopólio do tabaco em favor da coroa.

* 1643 - Indicação de Salvador Correia de Sá para governador e administrador geral das minas de São Paulo, com poderes independentes.

* 1644 - Movimento contra a família Sá e aclamação de Agostinho Barbalho como governador do Rio, "eleito pelo povo".

* 1648 - Reconquista de Angola por Salvador Correia de Sá. Fundação da Ordem Terceira de NS do Carmo no Rio de Janeiro.

* 1649 - Criação da Companhia Geral de Comércio do Brasil. Partida da primeira frota com destino ao Brasil. Portugueses expulsos Arábia e do Golfo Pérsico por árabes ajudados por ingleses e holandeses.

* 1650 - Início do curso de Artes e catarina do Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro.

* 1652 - Restabelecimento do Tribunal da Relação do Brasil suprimido pelos Filipes, ainda sediado em Salvador. Extensão da autorização para entradas a todas as ordens religiosas e não mais apenas aos jesuítas.

* 1657 - Ataque holandês a Portugal bloqueia Lisboa por três meses. Instauração da Custodia do Rio de Janeiro pelos franciscanos, depois da elevação da Custodia de Pernambuco a Província Autônoma sob a denominação de Santo Antônio do Brasil.

* 1659 - Extinção da Companhia Geral de Comércio do Brasil.

* 1660 - Revolta no Rio de Janeiro, liderada por Agostinho Barbalho contra Salvador Correia de Sá e a cobrança de impostos. Ordem de Salvador Correia de Sá para exploração da estrada de Parati visando à descoberta de minas de ouro.

* 1661 - Acordos de Londres e Haia - os holandeses reconhecem a perda do nordeste do Brasil.

* 1663 - Regimento dos capitães-mores.

* 1664 - Criação da Companhia Francesa das Índias. Os primeiros franceses em Caiena.

* 1666 - Instalação de estaleiro na Ilha Grande, Rio, para construção de fragatas. Ordem para envio de maior número de cavalos a Angola. Epidemia de bexiga no Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia.

* 1667 - Condenação do Padre Antônio Vieira a reclusão e silêncio. Foral da vila de Parati.

* 1669 - Requerimento da câmara municipal para que todos os anos viessem ao Rio de Janeiro três navios de Angola com escravos.

* 1671 - Revolta dos Frades no Rio, Bahia e Pernambuco pela isenção de submissão aos prelados portugueses.

* 1673 - Permissão de navegação transportando escravos negros para particulares e para companhias, obrigando a observação das "regras humanitárias" de 1664.

* 1674 - Publicação do regimento para os armazéns da Guiné e Índias e Armadas. Criação da Junta do Tabaco.

* 1675 - Criação da nova Província Religiosa do Rio de Janeiro com o nome de Imaculada Conceição.

* 1676 - Elevação do Bispado da Bahia a Arcebispado Metropolitano do Brasil. Criação do Bispado do Rio de Janeiro, sufragâneo da Bahia pela bula papal Romani caravelascarros Solicitudo, de 22 de novembro. Delimita como limites diocesanos a área entre o sertão do Espírito Santo e o Rio da Prata.

* 1677 - Foral da vila de São João do Paraíba, Rio. Foral da vila de São Salvador dos Campos dos Goytacases, Rio.

* 1678 - Instalação da Relação Eclesiástica na Bahia.

* 1679 - Subordinação das capitanias do sul do Brasil ao governo do Rio de Janeiro

* 1680 - Criação da Colônia de Sacramento por Manuel Lobo, governador do Rio de Janeiro.

* 1681 - Criação da Junta das Missões. Descoberta de pedras preciosas por Fernão Dias Pais Leme.

* 1683 - Coroação de D. Pedro II (sucessor de D. Afonso VI).

* 1690 - Fundação do arraial de Sabará, Minas Gerais, pelos paulistas.

* 1695 - Destruição do Quilombo dos Palmares.

* 1696 - Nomeação do primeiro juiz de fora no Rio de Janeiro. Construção do Forte de Santiago da Misericórdia (ou do Calabouço) na base do Morro do Castelo, cidade do Rio.

* 1697 - Primeiras descobertas significativas de minas de ouro em Minas Gerais.

* 1698 - Transferência da Casa da Moeda de Salvador para o Rio de Janeiro.

* 1699 - Sujeição da Colônia do Sacramento ao Rio de Janeiro.

* 1700 - Proibição de passagem de mestres, oficiais e escravos para Minas Gerais.

Até o fim do século XVII Portugal explorou o Brasil com tranqüilidade. Havia interesses comuns entre colonos e o governo em função de interesses econômicos. A um certo momento, pareceu-se entender que explorar a Colônia significava também incentivar algum desenvolvimento, e com o desenvolvimento, poderiam surgir idéias de independência. A contradição acabou provocando numerosas revoltas, mas nem sempre com o objetivo de separar o Brasil de Portugal. Os interesses eram mais bem econômicos: a fuga à opressão quando se afigurava demasiada.

Imigração portuguesa no Brasil

Os portugueses constituíram o segundo grupo que mais imigrou ao Brasil, pouco atrás dos negros africanos. Constituem contudo o principal grupo étnico já que a maioria dos negros africanos vieram como escravos e como tal não constituíam família. Durante mais de três séculos de colonização, somada à imigração pós-independência, os portugueses deixaram profundas heranças para a cultura do Brasil e também para a etnicidade do povo brasileiro. Hoje, a grande maioria dos brasileiros têm ancestralidade portuguesa.

Histórico

Seguido ao Descobrimento do Brasil, em 1500, começaram a aportar na região os primeiros colonos portugueses. Porém, foi só no século XVII que a emigração para o Brasil se tornou significativa. Acompanhando a decadência do comércio na Ásia, as atenções da Coroa Portuguesa se voltaram para o Brasil. No século XVIII, com o desenvolvimento da mineração na economia colonial, chegaram à colônia centenas de milhares de colonos. Após a independência, na primeira metade do século XIX, a emigração portuguesa ficou estagnada. Cresceu na segunda metade do século, alcançando seu ápice na primeira metade do século XX, quando chegavam ao Brasil, anualmente, 25 mil portugueses.

Imigração restrita (1500-1700)

O Brasil foi descoberto por navegadores portugueses a 22 de abril de 1500. Logo após o fato, foram estabelecidas várias povoações com colonos vindos de Portugal. De início, também aqui foram deixados degredados (pessoas indesejáveis em Portugal, como ladrões e traidores, que tinham como pena o degredo no Brasil). Os degredados chegaram a compor de 10 a 20% da população da Bahia e Pernambuco (áreas mais ricas). Em contrapartida, nas regiões periféricas, longe das principais povoações, os degredados eram entre 80 e 90%.

Típico engenho de cana-de-açúcar.

Durante os séculos XVI e XVII, a imigração de portugueses para o Brasil não foi tão significativa. A Coroa Portuguesa preferia investir na sua expansão no continente asiático e valorizava menos as suas possessões nas Américas. Porém, durante o século XVI, piratas franceses e de outras nacionalidades começaram a rondar o território brasileiro e a fazer tráfico de pau-brasil dentro das terras lusitanas. Essa situação obrigou a Coroa Portuguesa a começar efetivamente a colonização do Brasil. Os primeiros colonos portugueses, desta nova leva, começaram a chegar ao Brasil em maior número após 1530. A colônia foi dividida em capitanias hereditárias e as terras foram divididas entre nobres lusitanos. Para promover a colonização desses grandes lotes de terra, a Coroa Portuguesa passou a incentivar a ida de colonos para o Brasil, que recebiam sesmarias e tinham um prazo de tempo para desenvolver a produção.

Nesse período, vieram para o Brasil portugueses de todos os tipos: ricos fazendeiros, aventureiros, mulheres órfãs, degredados, empresários, membros do clero, deserdados e funcionários da coroa. O foco da imigração foi a Região Nordeste do Brasil, já que as plantações de cana-de-açúcar estavam em pleno desenvolvimento. Essa imigração colonizadora ficou marcada pela masculinidade da população: as mulheres portuguesas raramente imigravam, pois na Europa o Brasil possuía a imagem de uma terra selvagem e perigosa, onde apenas os homens poderiam sobreviver. No Nordeste brasileiro nasceu uma sociedade açucareira rígida, formada pelo colono português e seus escravos africanos. Para suprir a falta de mulheres portuguesas, a Coroa Portuguesa passou a enviar para o Brasil mulheres órfãs que, ao invés de seguirem o caminho religioso, iam se casar no Brasil (as chamadas "órfãs de El-rei"). Todavia, os esforços não foram suficientes e a miscigenação ocorreu em larga escala: as mulheres indígenas e em menor escala as africanas, acabaram por substituir a falta de mulheres portuguesas.

Surge, então, o Caboclo: filho do colono português com as índias locais e que constituirá a maior percentagem da população da época. Mais tarde, surge a figura do mulato: filho do europeu com as africanas. Desembarcaram também na colônia judeus, muitos cristãos-novos e ciganos. Durante as Invasões holandesas no Brasil, que coincidem com o período de união das coroas Portuguesa e Castelhana, centenas de judeus de Portugal e Espanha, fugidos da inquisição, se instalaram, sobretudo, em Pernambuco, acrescentando à diversidade étnica do Brasil colonial. Os invasores Holandeses por outro lado, permanecem muito pouco tempo e misturam-se pouco com os locais.

Imigração de transição (1700-1850)

A partir do século XVIII, a imigração portuguesa no Brasil alcança cifras jamais vistas. Os fatores para esse crescimento imigratório foram: a descoberta de ouro nas Minas Gerais, e o aprimoramento dos meios de transporte aquáticos. No início do século XVIII, as minas de ouro tornaram-se a principal economia da colônia. O desenvolvimento e riqueza trazidos pelo ouro atraiu para o Brasil um grande contingente de colonos portugueses em busca de riqueza. Nessa época, surge o mineiro, que era o colono português que enriqueceu no Brasil graças ao ouro e as pedras preciosas.

O surto urbano que se deu na colônia graças à mineração fez crescer as ofertas de emprego para os portugueses. Antes, os colonos eram quase que exclusivamente rurais, dedicando-se ao cultivo da cana-de-açúcar, mas agora surgiriam profissões como de pequenos comerciantes.

O português pobre, ao desembarcar nos portos brasileiros, veste polaina de saragoça, (...) e calção, colete de baetão encarnado com seus corações e meia (...) geralmente desembarca dos navios com um pau às costas, duas réstias de cebolas, e outras tantas de alhos... e ... uma trouxinha de pano de linho debaixo do braço. Eram minhotos que, para sobreviver, dormiam na rua e procuravam ajuda de instituições de caridade.

A maior parte da imigração foi de pessoas originárias do Minho. De início, a Coroa Portuguesa incentivou a ida de minhotos pobres para o Brasil, onde se fixaram principalmente na região de Minas Gerais e na Região Centro-Oeste do Brasil, onde foram encontradas minas de ouro. Porém, a imigração tomou proporções altíssimas, e a Coroa passou a controlar a ida de portugueses para o Brasil. Pela vinda em larga escala de colonos, a língua portuguesa tornou-se dominante no Brasil em meados do século XVIII, em substituição ao tupi-guarani, ou língua geral.

Outro fator importante na imigração portuguesa durante o século XVIII foi a imigração açoriana para a Região Sul do Brasil. Essa colonização açoriana tornou-se o único foco de colonização de povoamento durante o Brasil colônia, já que para o resto do país chegavam colonos em busca de enriquecimento, e não de uma vida melhor, como foi o caso dos açorianos. A primeira leva de imigrantes açorianos chegou em 1742, quando cerca de 60 casais da Ilha de Açores se instalaram às margens do rio Guaíba, fundando a vila Porto dos Casais, que em 1810 passou a se chamar Porto Alegre. Santa Catarina recebeu 4.612 pessoas em 1748, 1.666 em 1749, 860 em 1750 e 679 em 1753. Outros tantos rumaram para o Rio Grande do Sul. Até 1756, cerca de cinco mil açorianos chegaram ao sul. Esses colonos portugueses se fixaram ao longo do litoral, onde fundaram pequenas vilas e lugarejos, vivendo da produção de trigo e da pesca.

No início do século XIX, fugiram para o Brasil a Família Real Portuguesa e toda a corte, fixando-se no Rio de Janeiro, em 1808, após a invasão de Napoleão. Chegaram ao Brasil 15 mil nobres e pessoas da alta-sociedade portuguesa naquele ano.

Imigração de massa (1850-1960)

Com a decadência da mineração, no final do século XVIII, a imigração portuguesa teve uma queda, mas voltou a crescer no início do século XIX com a vinda da monarquia portuguesa. Após a Independência do Brasil, em 1822, o fluxo de imigrantes portugueses para o Brasil, ao invés de diminuir, cresceu drasticamente. Em grande parte, isto se deve ao fim do tráfico de escravos africanos em 1850. Com o fim do tráfico, adveio uma carência de mão-de-obra no Brasil, e ao mesmo tempo ocorreu a expansão das plantações de café no país, necessitadas de trabalhadores. O governo brasileiro começou um processo de substituição da mão-de-obra escrava pelo trabalho assalariado de imigrantes europeus.

A partir da metade do século XIX, a imigração portuguesa no Brasil tomou caráter quase que exclusivamente urbano. O perfil do imigrante português também se alterou: antes, a maioria era composta por homens solteiros. A partir do final do século XIX, as mulheres portuguesas também chegaram ao Brasil em grande número. As crianças menores de 14 anos eram 20% dos imigrantes. A situação econômica também se alterou. Na época colonial, muitos portugueses ricos e até nobres migraram ao Brasil. No final do século XIX, os que chegaram eram extremamente pobres e sem escolaridade, vindos de aldeias do interior de Portugal.

As cidades do Rio de Janeiro e São Paulo receberam a maioria desses imigrantes de Portugal. Uma expressiva parcela dessa população era oriunda de regiões interioranas do norte de Portugal, notadamente entre Beira Alta e Alto Trás-os-Montes e eram, em sua maioria, extremamente pobres, vindos em família, com grande número de mulheres e crianças. Ao chegarem ao Brasil, procuravam parentes ou se instalavam em pequenos cortiços. A maior parte desses imigrantes se dedicou ao comércio: pequenas vendas e padarias, chegando ao ponto de dominarem essas duas atividades em várias regiões do Brasil. Outros, tornaram-se operários nas nascentes indústrias brasileiras.

Imigração de declínio (1960-2000)

A partir década de 1930, não apenas a imigração portuguesa no Brasil, mas todas de uma maneira geral caíram, e isso se deve ao Brasil já não mais precisar de imigrantes para abraçarem a agricultura e as fábricas, pois os nacionais já supriam a demanda. Nesta década, o presidente brasileiro Getúlio Vargas criou uma lei que controlava a entrada de imigrantes no Brasil ("Lei de Cotas de Imigração"), à qual apenas os portugueses não estavam sujeitos. As várias décadas que durou o salazarismo contribuíram para uma grande vinda de portugueses para o Brasil. Essa imigração durou até meados da década de 1960.

Após a II Guerra Mundial, os portugueses foram os únicos que continuaram a chegar em grande número ao Brasil. Entre 1945 e 1959 ainda chegaram ao Brasil cerca de 250 mil portugueses. A partir de então, os portugueses passaram a pouco se interessar em atravessar o Oceano Atlântico. De tal modo, a secular imigração portuguesa para o Brasil tornou-se mínima.

Identidade luso-brasileira

Os portugueses constituíram a população mais significativa na criação do Brasil. No entanto, a proximidade entre ambas as culturas torna relativamente fácil a integração de portugueses no Brasil. Somando-se a isto o corte, a nível cultural, efetuado com a ex-metrópole após a Independência do Brasil (a cultura portuguesa seria diminuída em prol do nascimento e desenvolvimento da cultura brasileira), muitos descendentes de portugueses no Brasil, ou luso-brasileiros não têm ou não querem ter grande contato com a cultura de Portugal, ao contrário do que se sucede com outros grupos, como os nipo-brasileiros ou ítalo-brasileiros, que sentem ainda grande ligação com a terra de origem.

Devido à falta de organização das organizações luso-brasileiros, não há estimativas sobre o número de descendentes de imigrantes portugueses no Brasil disponíveis. Porém, se se embasar no número de descendentes de imigrantes italianos, que chegaram ao Brasil em número quase igual aos portugueses, chega-se a 25 milhões.

É notório, porém, que há 25 milhões de luso-brasileiros descendentes dos cerca de 1,5 milhão de portugueses que chegaram ao Brasil após 1850. Muitos outros milhões de brasileiros possuem origens portuguesas que remontam aos centenas de milhares de colonos vindos de Portugal que se fixaram no País desde o século XVI. Estes últimos, em sua grande maioria, sabem muito pouco sobre suas origens.

Até recentemente, os descendentes de portugueses constituíam a maior parte da elite brasileira. Um exemplo flagrante do poder desta maioria silenciosa é o claro domínio de sobrenomes de origem portuguesa na lista de presidentes, ministros e outros políticos na História do Brasil. Ainda, até há bem pouco tempo, a Constituição brasileira comtemplava a autorização da candidatura de cidadãos portugueses à presidência do Brasil, dependendo este fato apenas da aquisição da Nacionalidade brasileira por parte do candidato. Este domínio da classe política brasileira deixou marcas indeléveis no Brasil atual.

Moram no Brasil aproximadamente 700.000 [19] pessoas com nacionalidade portuguesa. Esta população imigrou para o Brasil, na sua maioria, entre 1930 e 1960. Hoje em dia, e cada vez mais, se nota um aumento significativo de portugueses que compram propriedades no Brasil, sobretudo no Nordeste. Estes portugueses dedicam-se sobretudo ao turismo. Este é um fenômeno extremamente recente.

Quantos brasileiros possuem ascendência portuguesa?

Não existem números concretos sobre o número de brasileiros com ascendência portuguesa. Dada a antiga imigração lusitana ao Brasil, remontando ao século XVI, seria impossível obter um número exato. Muitos brasileiros de origem portuguesa desconhecem suas origens ou, pelo fato de estarem enraizados no Brasil há gerações, se consideram apenas como sendo brasileiros.

Em 1872, havia no Brasil 3,7 milhões de pessoas brancas. Por fatores históricos, quase a totalidade dessa população era de origem portuguesa, tendo em vista que a imigração de outros cidadãos europeus para o Brasil (italianos, principalmente) só começou após o ano de 1875. A população parda (ou seja, mestiça de português com africano e índio) era de 4,1 milhões de pessoas e os negros totalizavam 1,9 milhões. Desta forma, viviam no Brasil, na década de 1870, 80% de pessoas com alguma ascendência portuguesa, entre portugueses, luso-brasileiros e mestiços.

No século XIX e por grande parte do século XX, uma nova onda de imigrantes portugueses chegou ao Brasil. Entre 1881 e 1991, mais de 1,5 milhão de pessoas imigraram de Portugal para o Brasil. Em 1906, por exemplo, viviam 133.393 portugueses na cidade do Rio de Janeiro, compondo 16% da população. O Rio é, ainda hoje, considerada a "maior cidade portuguesa" fora de Portugal.

Estudos genéticos também confirmam a forte influência racial portuguesa nos brasileiros. De acordo com uma pesquisa, pelo menos metade de todos os cromossomos Y da população brasileira é oriunda de portugueses. Os negros brasileiros possuem, em média, 48% de genes não-africanos, provavelmente oriundos de antepassados vindos de Portugal.

Fonte: Wikipédia

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