sexta-feira, 24 de abril de 2009

História da Paraíba

A História da Paraíba começa antes do descobrimento do Brasil, quando o litoral do atual território do estado era povoado pelos índios tabajaras. A província tornou-se estado com a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889.

Antecedentes da conquista da Paraíba

Demorou um certo tempo para que Portugal começasse a explorar economicamente o Brasil, uma vez que os interesses lusitanos estavam voltados para o comércio de especiarias nas Índias, e além disso, não havia nenhuma riqueza na costa brasileira que chamasse tanta atenção quanto o ouro, encontrado nas colônias espanholas, minério este que tornara uma nação muito poderosa na época.

Devido ao desinteresse lusitano, piratas e corsários começaram a extrair o pau-brasil, madeira muito encontrada no Brasil-colônia, e especial devido a extração de um pigmento, usado para tingir tecidos na Europa. Esses invasores eram em sua maioria franceses, e logo que chegaram no Brasil fizeram amizades com os índios, possibilitando entre eles uma relação comercial conhecida como "escambo", na qual o trabalho indígena era trocado por algum produto de valor muito baixo ou até sem valor comercial.

Com o objetivo de povoá-la, a colônia portuguesa foi dividida em quinze capitanias, para doze donatários. Entre elas destacam-se a capitania de Itamaracá, a qual se estendia do rio Santa Cruz até a Baía da Traição. Inicialmente essa capitania foi doada à Pero Lopes de Sousa, que não pôde assumir, vindo em seu lugar o administrador Francisco Braga, que devido a uma rivalidade com Duarte Coelho, deixou a capitania em falência, dando lugar a João Gonçalves, que realizou algumas benfeitorias na capitania como a fundação da Vila da Conceição e a construção de engenhos.

Após a morte de João Gonçalves, a capitania entrou em declínio, ficando à mercê de malfeitores e propiciando a continuidade do contrabando de madeira.

Em 1574 aconteceu um incidente conhecido como "Tragédia de Tracunhaém", no qual índios mataram todos os moradores de um engenho chamado Tracunhaém em Pernambuco, próximo a Goiana. Esse episódio ocorreu devido ao rapto e posterior desaparecimento de um índia, filha do cacique potiguar, no Engenho Tracunhaém. Após receber a comitiva constituída pela índia e seus irmãos, vindos de viagem, após resgatar a índia raptada, para pernoite em sua casa, um senhor de engenho, Diogo Dias, provavelmente escondeu-a, de modo que quando amanheceu o dia a moça havia desaparecido e seus irmãos voltaram para sua tribo sem a índia. Seu pai ainda apelou para as autoridades, enviando emissários a Pernambuco sem o menor sucesso. Os franceses que se encontravam na Paraíba estimularam os potiguaras à luta. Pouco tempo depois, todos os chefes potiguaras se reuniram, movimentaram guerreiros da Paraíba e do Rio Grande do Norte e atacaram o engenho de Diogo Dias. Foram centenas de índios que, ardilosamente, se acercaram do engenho e realizaram um verdadeira chacina a morte de todos que encontraram pela frente: proprietários, colonos e escravos, seguindo-se o incêndio do engenho.

Após esta tragédia, D. João III, rei de Portugal, desmembrou Itamaracá, dando formação à capitania do Rio Paraíba.

Existia uma grande preocupação por parte dos lusitanos em conquistar a capitania que atualmente é a Paraíba, pois havia a garantia do progresso da capitania pernambucana, a quebrada aliança entre Potiguaras e franceses, e ainda, estender sua colonização ao norte.

A conquista e fundação da Paraíba

· Expedições para a conquista

Quando o governador-geral D. Luís de Brito recebeu a ordem para separar Itamaracá, recebeu também do rei de Portugal a ordem de punir os índios responsáveis pelo massacre, expulsar os franceses e fundar uma cidade. Assim começaram as cinco expedições para a conquista da Paraíba. Para isso o rei D. Sebastião mandou primeiramente o ouvidor-geral D. Fernão da Silva.

I Expedição (1574): O comandante desta expedição foi o ouvidor-geral D. Fernão da Silva. Ao chegar no Brasil, Fernão tomou posse das terras em nome do rei sem que houvesse nenhuma resistência, mas isso foi apenas uma armadilha. Sua tropa foi surpreendida por indígenas e teve que recuar para Pernambuco.

II Expedição (1575): Quem comandou a segunda expedição foi o governador-geral, D. Luís de Brito. Sua expedição foi prejudicada por ventos desfavoráveis e eles nem chegaram sequer às terras paraibanas. Três anos depois outro governador-geral Lourenço Veiga, tenta conquistar a o Rio Paraíba, não obtendo êxito.

III Expedição (1579): Ainda sob forte domínio "de fato" dos franceses, foi concedida, por dez anos, ao capitão Frutuoso Barbosa a capitania da Paraíba, desmembrada de Olinda. Essa idéia só lhe trouxe prejuízos, uma vez que quando estava vindo à Paraíba, caiu sobre sua frota uma forte tormenta e além de ter que recuar até Portugal, ele perdeu sua esposa .

IV Expedição (1582): Com a mesma proposta imposta por ele na expedição anterior, Frutuoso Barbosa volta decidido a conquistar a Paraíba, mas cai na armadilha dos índios e do franceses. Barbosa desiste após perder um filho em combate.

V Expedição (1584): Após a sua chegada à Paraíba, Frutuoso Barbosa capturou cinco navios de traficantes franceses, solicitando mais tropas de Pernambuco e da Bahia para assegurar os interesses portugueses na região. Nesse mesmo ano, da Bahia vieram reforços através de uma esquadra comandada por Diogo Flores de Valdês, e de Pernambuco tropas sob o comando de D. Filipe de Moura. Conseguiram finalmente expulsar os franceses e conquistar a Paraíba. Após a conquista, eles construíram os fortes de São Tiago e São Filipe.

Primeiras vilas da Paraíba na época colonial

Areia

Conhecida antigamente pelo nome de Bruxaxá, Areia foi elevada à freguesia com o nome de Nossa Senhora da Conceição pelo Alvará Régio de 18 de maio de 1815. Esta data é considerada também como a de sua elevação à vila. Sua emancipação política se deu em 18 de maio de 1846, pela lei de criação número 2. Hoje, Areia se destaca como uma das principais cidades do interior da Paraíba, principalmente por possuir um passado histórico muito atraente.

Campina Grande

Sua colonização teve início em 1697. O capitão-mor Teodósio de Oliveira Lêdo instalou na região um povoado. Os indígenas Ariús formaram uma aldeia. Em volta dessa aldeia surgiu uma feira nas ruas por onde passavam camponeses. Percebe-se então que as características comerciais de Campina Grande nasceram desde sua origem. Campina foi elevada à freguesia em 1769, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição. Sua elevação à vila com o nome de Vila Nova da Rainha se deu em 20 de abril de 1790. Hoje, Campina Grande é a maior cidade do interior do Nordeste em diversos aspectos.

Pilar

O início de seu povoamento aconteceu no final do século XVI, quando fazendas de gado foram encontradas pelos holandeses. Hoje uma cidade sem muito destaque na Paraíba, foi elevada à vila em 5 de janeiro de 1765. Pilar originou-se a partir da Missão do Padre Martim Nantes naquela região. Pilar foi elevada à município em 1985, quando o cultivo da cana-de-açúcar se tornou na principal atividade da região.

Pombal

No final do século XVII, Teodósio de Oliveira Lêdo realizou uma entrada através do rio Piranhas. Nesta venceu o confronto com os índios Pegas e fundou ali uma aldeia que inicialmente recebeu o nome do rio, "Piranhas". Devido ao sucesso da entrada não demorou muito até que passaram a chamar o local de Nossa Senhora do Bom Sucesso, em homenagem a uma santa. Em 1721 foi construída no local a Igreja do Rosário, em homenagem à padroeira da cidade considerada uma relíquia história nos dias atuais. Sob força de uma Carta Régia datada de 22 de junho de 1766, o município passou a se chamar Pombal, em homenagem ao famoso Marquês de Pombal. Foi elevada à vila na terceira semana de maio de 1772, data hoje considerada como sendo também a da criação do município.

São João do Cariri

A região territorial de São João do Cariri já chegou a atingir mais de 1/3 do atual Estado da Paraíba, pois, além do sertão e do Cariri, pertencia-lhe Campina Grande e as suas atuais microrregiões do Agreste da Borborema.O território do município era habitado pela família nativa Cariri até meados do século XVII. Em 1669 com a doação de uma sesmaria por Alferes José Alves Martins, teve origem o sítio São João. São João do Cariri hoje é um Município pobre, porém o município tem uma bela cultura. Foi elevado a vila no ano de 1800.

Souza

Hoje a sexta cidade mais populosa do estado da Paraíba e dona de um dos mais importantes sítios arqueológicos do país, o "Vale dos Dinossauros", Sousa era um povoado conhecido por "Jardim do Rio do Peixe". A terra da região era bastante fértil, o que acelerou rapidamente o processo de povoamento e progresso do local. Em 1730, já viviam aproximadamente no vale 1.468 pessoas. Sousa foi elevada à vila com o nome atual em homenagem ao seu benfeitor, Bento Freire de Sousa, em 22 de julho de 1766. Sua emancipação política se deu em 10 de julho de 1854.

Primeiros capitães-mores

João Tavares

João Tavares foi o primeiro capitão-mor, ao qual governou de 1585 a 1588 a Capitania da Paraíba. João Tavares foi encarregado pelo ouvidor-geral, Martim Leitão, de construir uma nova cidade. Para edificação dessa cidade, vieram 25 cavaleiros, além de pedreiros e carpinteiros, entre outros trabalhadores do gênero. Chegaram também jesuítas e outras pessoas para residir na cidade.

Foi fundado por João Tavares o primeiro engenho, o d'El-Rei, em Tibiri, e o forte de São Sebastião, construído por Martim Leitão para a proteção do engenho. Os jesuítas ficaram responsáveis pela catequização dos índios. Eles ainda fundaram um Centro de Catequese e em Passeio Geral edificaram a capela de São Gonçalo.

O governo de João Tavares foi demasiadamente auxiliado por Duarte Gomes da Silveira, natural de Olinda. Silveira foi um senhor de engenho e uma grande figura da Capitania da Paraíba durante mais de 50 anos. Rico, ajudou financeiramente na ascensão da cidade. Em sua residência atualmente se encontra o Colégio Nossa Senhora das Neves.

Apesar de ter se esforçado muito para o progresso da capitania, João Tavares foi posto para fora em 1588, devido à política do Rei.

Frutuoso Barbosa

Devido à grande insistência perante a corte e por defender alguns direitos, Frutuoso Barbosa foi, em 1588, nomeado o novo capitão-mor da capitania da Paraíba, auxiliado por D. Pedro Cueva, ao qual foi encarregado de controlar a parte militar da capitania.

Neste mesmo período, chegaram alguns Frades Fransciscanos, que fundaram várias aldeias e por não serem tão rigorosos no ensino religioso como os Jesuítas, entraram em desentendimento com estes últimos. Esse desentendimento prejudicou o governo de Barbosa, pois aproveitando-se de alguns descuidos, os índios Potiguaras invadiram propriedades. Vieram em auxílio de Barbosa o capitão-mor de Itamaracá, com João Tavares, Piragibe e seus índios. No caminho, João Tavares faleceu de um mal súbito. Quando o restante do grupo chegou à Paraíba, desalojou e prendeu os Potiguaras.

Com o objetivo de evitar a entrada dos franceses, Barbosa ordenou a construção de uma fortaleza em Cabedelo. Piragibe iniciou a construção do forte com os Tabajaras, porém, devido a interferência dos Jesuítas, as obras foram concluídas pelos fransciscanos e seus homens.

Em homenagem a Felipe II, da Espanha, Barbosa mudou o nome da cidade de Nossa Senhora das Neves para Felipéia de Nossa Senhora das Neve, atual João Pessoa. Devido às infinitas lutas entre o capitão Pedro Cueva e os Potiguaras e os desentendimentos com os Jesuítas, houve a saída da Cueva e a decisão de Barbosa de encerrar o seu governo, em 1591.

André de Albuquerque Maranhão

André de Albuquerque governou apenas por um ano. Nele, expulsou os Potiguaras e realizou algumas fortificações. Entre elas, a construção do Forte de Inhobin para defender alguns engenhos próximos a este rio. Ainda nesse governo os Potiguaras incendiaram o Forte de Cabedelo. O governo de Albuquerque se finalizou em 1592.

Feliciano Coelho de Carvalho

Em seu governo realizou combates na Capaoba, houve paz com os índios, expandiu estradas e expulsou os fransciscanos. Terminou seu governo em 1600.

As ordens religiosas da capitania da Paraíba e seus mosteiros

Os Jesuítas

Os jesuítas foram os primeiros missionários que chegaram à capitania da Paraíba, acompanhando todas as suas lutas de colonização. Ao mando de Frutuoso Barbosa, os jesuítas se puseram a construir um colégio na Felipéia. Porém, devido a desavenças com os fransciscanos, que não usavam métodos de educação tão rígidos como os jesuítas, a idéia foi interrompida. Aproveitando esses desentendimentos, o rei que andava descontente com os jesuítas pelo fato de estes não permitirem a escravização dos índios, culpou os jesuítas pela rivalidade com os fransciscanos e expulsou-os da capitania.

Cento e quinze anos depois, os jesuítas voltaram à Paraíba fundando um colégio onde ensinavam latim, filosofia e letras. Passado algum tempo, fundaram um Seminário junto à igreja de Nossa Senhora da Conceição. Atualmente essa área corresponde ao jardim Palácio do Governo.

Em 1728, os jesuítas foram novamente expulsos. Em 1773, o Ouvidor-Geral passou a residir no seminário onde moravam os jesuítas, com a permissão do Papa Clementino XIV.

Os Franciscanos

Atendendo a Frutuoso Barbosa, chegaram os padres franciscanos, com o objetivo de catequizar os índios. O Frei Antônio do Campo Maior chegou com o objetivo de fundar o primeiro convento da capitania. Seu trabalho se concentrou em várias aldeias, o que o tornou importante. No governo de Feliciano Coelho, começaram alguns desentendimentos, pois os franciscanos, assim como os jesuítas, não escravizavam os índios. Ocorreu que depois de certo desentendimentos entre os franciscanos, Feliciano e o governador-geral, Feliciano acabou se acomodando junto aos frades.

A igreja e o convento dos franciscanos foram construídos em um sítio muito grande, onde atualmente se encontra a praça São Francisco.

Os Beneditinos

O superior geral dos beneditinos tinha interesse em fundar um convento na Capitania da Paraíba. O governador da capitania recebeu o abade e conversou com o mesmo sobre a tal fundação. Resolveu doar um sítio, que seria a ordem do superior geral dos beneditinos. A condição imposta pelo governador era que o convento fosse construído em até 2 anos. O mosteiro não foi construído em dois anos, mesmo assim, Feliciano manteve a doação do sítio.

A igreja de São Bento se encontra atualmente na Rua Nove, onde ainda há um cata-vento em lâmina, construído em 1753.

Os Missionários Carmelitas Os carmelitas vieram à Paraíba a pedido do cardeal D. Henrique, em 1580. Mas devido a um incidente na chegada que colheu os missionários para diferentes direções, a vinda dos carmelitas demorou oito anos.

Os carmelitas chegaram à Paraíba quando o Brasil estava sob domínio espanhol. Os carmelitas chegaram, fundaram um convento e iniciaram trabalhos missionários. A história dos carmelitas aqui é incompleta, uma vez que vários documentos históricos foram perdidos nas invasões holandesas.

Frei Manuel de Santa Teresa restaurou o convento depois da Revolução Francesa, mas logo depois este foi demolido para servir de residência ao primeiro bispo da Paraíba, D. Adauto de Miranda Henriques. Pelos carmelitas foi fundada a Igreja do Carmo.

Os Missionários Carmelitas

Os carmelitas vieram à Paraíba a pedido do cardeal D. Henrique, em 1580. Mas devido a um incidente na chegada que colheu os missionários para diferentes direções, a vinda dos carmelitas demorou oito anos.

Os carmelitas chegaram à Paraíba quando o Brasil estava sob domínio espanhol. Os carmelitas chegaram, fundaram um convento e iniciaram trabalhos missionários. A história dos carmelitas aqui é incompleta, uma vez que vários documentos históricos foram perdidos nas invasões holandesas.

Frei Manuel de Santa Teresa restaurou o convento depois da Revolução Francesa, mas logo depois este foi demolido para servir de residência ao primeiro bispo da Paraíba, D. Adauto de Miranda Henriques. Pelos carmelitas foi fundada a Igreja do Carmo.

População Indígena

Na Paraíba haviam duas raças de índios, os Tupis e os Cariris (também chamados de Tapuias). Os Tupis se dividiam em Tabajaras e Potiguaras, que eram inimigos entre si.

Na época da fundação da Paraíba, os Tabajaras formavam um grupo de aproximadamente 5 mil pessoas. Eles eram pacíficos e ocupavam o litoral, onde fundaram as aldeias de Alhanda e Taquara. Já os Potiguaras eram mais numerosos que os Tabajaras e ocupavam uma pequena região entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba. Esses índios locomoviam-se constantemente, deixando aldeias para trás e formando outras. Com esta constante locomoção os índios ocuparam áreas antes desabitadas.

Os índios Cariris se encontravam em maior número que os Tupis e ocupavam uma área que se estendia desde o Planalto da Borborema até os limites do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Os Cariris eram índios que se diziam ter vindo de um "grande lago". Estudiosos acreditam que eles tenham vindo do Amazonas ou da Lagoa Maracaibo, na Venezuela.

Os Cariris velhos, que teriam sido civilizados antes dos Cariris novos, se dividiam em muitas tribos; sucuru, icós, ariús, pegas, e paiacú. Destas, os tapuias pegas ficaram conhecidos nas lutas contra os bandeirantes.

O nível de civilização do índio paraibano era considerável. Muitos sabiam ler e conheciam ofícios como a carpintaria. Esses índios tratavam bem os jesuítas e os missionários que lhes davam atenção.

A maioria dos índios estavam de passagem do período paleolítico para o neolítico. A língua falada por eles era o tupi-guarani, utilizada também pelos colonos na comunicação com os índios. O tupi-guarani mereceu até a criação de uma gramática, elaborada por Padre José de Anchieta.

Piragibe, que nos deu a paz na conquista da Paraíba; Tabira, que lutou contra os franceses e Poti, que lutou contra os holandeses e foi herói na Batalha dos Guararapes, são exemplos de índios que se sobressaíram na Paraíba.

Ainda hoje, encontram-se tribos indígenas Potiguaras localizadas na Baía da Traição, mas em apenas uma aldeia, a São Francisco, onde não há miscigenados, pois a tribo não aceita a presença de caboclos, termo que eles utilizavam para com as pessoas que não pertencem a tribo.

O Cacique dessa aldeia chama-se Djalma Domingos, que também é o prefeito do município de Baía da Traição. Aos poucos, a aldeia vai se civilizando.

Nessas aldeias existem cerca de sete mil índios Potiguaras, que mantém as culturas antigas. Eles possuem cerca de 1 800 alunos de 7 a 14 anos em primeiro grau menor.

No Brasil, só existem três tribos Potiguaras, sendo que no Nordeste a única é a da Baía da Traição. Em 19 de Abril eles comemoraram seu dia fazendo pinturas no corpo e reunindo as aldeias locais na aldeia S. Chico e realizaram danças, como o Toré.

A principal atividade econômica desses índios é a pesca e em menor escala, a agricultura.

Fonte: Wikipédia


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Mensagem aos profissionais da educação

 

Este é um dia muito especial, dia de reflexão. É dia para avaliarmos nossa participação na construção de um mundo mais humano.

Somos trabalhadores da educação, estejamos estudando ou ensinando, agindo ou pensando.

Considere-se especial, porque de fato Deus escolheu você para um propósito muito especial, participar na formação do novo homem.

Saiba que milhares de crianças, jovens, senhores e senhoras têm você como referencial. Seja um referencial de ética, de responsabilidade social, de sensibilidade humana, de lealdade, de amor e especialmente de confiança em Deus. “... o que ensina, esmere-se em fazê-lo”. (Rm. 12:7b.

Não tome para si o ensino das pessoas do não, daquelas que não acreditam em um futuro melhor, porque não fazem no presente nada além do que lhes é ordenado fazer e pensam que você também não faz. Continue fazendo, continue acreditando no seu país.

Tenha como amigos mais próximos as pessoas do sim, pois estas confiam em Deus e acreditam no impacto que podem causar ao mundo.

Continue fazendo mesmo que te chamem de puxa saco. Saiba que os irresponsáveis confundem responsabilidade com puxa-saquismo. “Em todo trabalho há proveito, meras palavras, porém, levam a penúria”. (Pv. 14: 23).

Sê forte e corajoso(a) porque o teu Deus (Jesus Cristo) é contigo. Não desista, porque a desistência é qualidade dos fracos. “Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espante, porque o senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares”. (Josué. 1:9).

Trabalhe como servindo ao Senhor. Seja leal a autoridade constituída sobre você. Saiba que daqui a alguns dias Deus te promoverá e você enfrentará desafios de liderança.

Valorize as pessoas não pelo seu muito falar, mas pelo seu agir. “No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente”. (Pv. 10:19). Siga este conselho apostólico e Deus te exaltará:

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser iguala Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus Pai”. (Filipenses. 2:5-11).

“Confia no SENHOR e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade. Agrada-te do SENHOR, e Ele satisfará aos desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará. Fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu direito como o sol ao meio-dia”.(Sl. 37:3-6)

O nosso Deus não falha. Uma excelente reflexão neste dia. Feliz Dia do Trabalhador.

Autor: Raimundo da Silva Santos Júnior (Juruti)


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Mensagem ao trabalhador


Um pequeno poema, como homenagem ao trabalhador, com os votos de que a ele seja proporcionada, além da justa recompensa, a necessária condição humana: DIGNIDADE!


O QUE VAI NA MARMITA...


O que vai na marmita do trabalhador?
Na marmita, vai arroz e vai feijão.
Com certa sorte, farofa ou macarrão,
e talvez couve, talvez ovo,
talvez uma mistura diferente
uma surpresa, um presente.
Na marmita vai um certo amargor:
o travor da submissão,
os ossos da servidão,
a enorme fome da liberdade utópica,
do inexeqüível lazer,
do que há por fazer,
das horas na condução,
da inatingível satisfação.
O que mais vai na marmita do trabalhador?
Na marmita, além do arroz e do feijão,
vai também um certo dulçor:
Um gosto de paz e de amor.
o tempero da casa,
a sensação do descanso,
a lembrança do sossego
das horas passando mais devagar.
a saudade dos filhos,
reminiscências de alegria,
recordações de inocência.
A marmita leva ainda
a ternura caprichosa da mulher,
o afeto carinhoso no preparo da bóia.
E durante a refeição,
Na meiga imagem da companheira
a marmita é cúmplice faceira,
e leva o prazer em sobejo:
em cada ingrediente um desejo,
em cada garfada um beijo!

Autor: Oldney Lopes


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História do dia das Mães

As mais antigas celebrações do Dia da Mãe remontam às comemorações primaveris da Grécia Antiga, em honra de Rhea, mulher de Cronos e Mãe dos Deuses. Em Roma, as festas comemorativas do Dia da Mãe eram dedicadas a Cybele, a Mãe dos Deuses romanos, e as cerimónias em sua homenagem começaram por volta de 250 anos antes do nascimento de Cristo.

Durante o século XVII, a Inglaterra celebrava no 4º Domingo de Quaresma (40 dias antes da Páscoa) um dia chamado “Domingo da Mãe”, que pretendia homenagear todas as mães inglesas. Neste período, a maior parte da classe baixa inglesa trabalhava longe de casa e vivia com os patrões. No Domingo da Mãe, os servos tinham um dia de folga e eram encorajados a regressar a casa e passar esse dia com a sua mãe.

À medida que o Cristianismo se espalhou pela Europa passou a homenagear-se a “Igreja Mãe” – a força espiritual que lhes dava vida e os protegia do mal. Ao longo dos tempos a festa da Igreja foi-se confundindo com a celebração do Domingo da Mãe. As pessoas começaram a homenagear tanto as suas mães como a Igreja.

Nos Estados Unidos, a comemoração de um dia dedicado às mães foi sugerida pela primeira vez em 1872 por Julia Ward Howe e algumas apoiantes, que se uniram contra a crueldade da guerra e lutavam, principalmente, por um dia dedicado à paz.

A maioria das fontes é unânime acerca da ideia da criação de um Dia da Mãe. A ideia partiu de Anna Jarvis, que em 1904, quando a sua mãe morreu, chamou a atenção na igreja de Grafton para um dia especialmente dedicado a todas as mães. Três anos depois, a 10 de Maio de 1907, foi celebrado o primeiro Dia da Mãe, na igreja de Grafton, reunindo praticamente família e amigos. Nessa ocasião, a sra. Jarvis enviou para a igreja 500 cravos brancos, que deviam ser usados por todos, e que simbolizavam as virtudes da maternidade. Ao longo dos anos enviou mais de 10.000 cravos para a igreja de Grafton – encarnados para as mães ainda vivas e brancos para as já desaparecidas – e que são hoje considerados mundialmente com símbolos de pureza, força e resistência das mães.

Segundo Anna Jarvis seria objectivo deste dia tomarmos novas medidas para um pensamento mais activo sobre as nossas mães. Através de palavras, presentes, actos de afecto e de todas as maneiras possíveis deveríamos proporcionar-lhe prazer e trazer felicidade ao seu coração todos os dias, mantendo sempre na lembrança o Dia da Mãe.

Face à aceitação geral, a sra. Jarvis e os seus apoiantes começaram a escrever a pessoas influentes, como ministros, homens de negócios e políticos com o intuito de estabelecer um Dia da Mãe a nível nacional, o que daria às mães o justo estatuto de suporte da família e da nação.

A campanha foi de tal forma bem sucedida que em 1911 era celebrado em praticamente todos os estados. Em 1914, o Presidente Woodrow Wilson declarou oficialmente e a nível nacional o 2º Domingo de Maio como o Dia da Mãe.

Hoje em dia, muitos de nós celebram o Dia da Mãe com pouco conhecimento de como tudo começou. No entanto, podemos identificar-nos com o respeito, o amor e a honra demonstrados por Anna Jarvis há 96 anos atrás.

Apesar de ter passado quase um século, o amor que foi oficialmente reconhecido em 1907 é o mesmo amor que é celebrado hoje e, à nossa maneira, podemos fazer deste um dia muito especial.

E é o que fazem praticamente todos os países, apesar de cada um escolher diferentes datas ao longo do ano para homenagear aquela que nos põe no mundo.

Até há alguns anos atrás, o dia da mãe era comemorado a 8 de Dezembro, mas atualmente o Dia da Mãe é no 2º Domingo de Maio, em homenagem a Maria, Mãe de Cristo.

Retirado do site:

http://www.mensagensvirtuais.com.br/mamae/historia.php


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Oração ao trabalhador

Jesus, divino trabalhador e amigo dos trabalhadores volvei Vosso olhar benigno para o mundo do trabalho. Nós Vos apresentamos as necessidades dos que trabalham intelectual, moral ou materialmente. Bem sabeis como são duros os nossos dias cheios de canseira, sofrimento e insídia. Vede as nossas penas físicas, morais e repeti aquele brado de Vosso coração: "Tenho dó deste povo". Dai-nos a sabedoria, a virtude e o amor que Vos alentou nas Vossas laboriosas jornadas, inspirai-nos pensamentos de fé, de paz e moderação, de economia, a fim de procurarmos, com o pão de cada dia, os bens espirituais, para transformarmos a face da terra, completando assim a obra da criação que Vós iniciastes. E que Vossa luz nos ilumine a nós na busca de melhores leis sociais e ilumine os legisladores a estabelecer uma sociedade de justiça e amor.

Amém


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Como surgiu o dia do trabalhador?

O dia do Trabalho, que se comemora em primeiro de maio em quase todos os países do mundo, relembra um dos episódios mais violentos da história do movimento operário. Em 1º de maio de 1889, militantes anarco-sindicalistas que se manifestavam a favor da jornada de trabalho de oito horas foram executados nas ruas de Chicago. A partir do ano seguinte, por iniciativa da central sindical conhecida como Segunda Internacional, instituiu-se esse dia como data máxima dos trabalhadores organizados.

Surgido em conseqüência da concentração de trabalhadores nas grandes fábricas criadas a partir da revolução industrial, o movimento operário luta para melhorar as condições de vida da população trabalhadora e mesmo para modificar a ordem institucional em muitos países. Organizações mais radicais do proletariado, inspiradas em idéias anarquistas e comunistas, lideraram historicamente revoluções sociais cujo objetivo era criar um novo tipo de sociedade.

Origens. Antes da revolução industrial, os movimentos de protesto de origem urbana ou rural caracterizavam-se pela escassa coesão ideológica e por seu caráter violento e efêmero. A consciência de classe e a necessidade de formar organizações permanentes para dirigir a luta operária apareceram em conseqüência das novas condições de trabalho que a revolução industrial criou, a partir do final do século XVIII. Além da desumanização do trabalho, provocada pela introdução das primeiras máquinas, o rígido sistema gremial foi substituído por um mercado livre de trabalho. Com isso, ocorreram fenômenos como o prolongamento da jornada de trabalho, a redução dos salários, o emprego de mulheres e crianças em atividades insalubres, a falta de higiene e de medidas de segurança nas fábricas e outros problemas. Foi no Reino Unido, primeira nação industrializada do mundo, que surgiram as primeiras organizações operárias, dirigidas a defender os trabalhadores das penosas condições em que viviam e protestar coletivamente contra elas.

Na fase inicial do movimento, os trabalhadores industriais dirigiram toda sua agressividade contra as máquinas, às quais culpavam pelo desemprego e pela piora de suas condições de vida. O movimento destruidor de máquinas chamou-se ludismo e foi duramente reprimido, até que deu lugar a novos métodos de luta, baseados na organização sindical e nas cooperativas. A limitação da jornada de trabalho e o reconhecimento legal do direito de associação foram as principais reivindicações das trade unions (sindicatos), que já estavam perfeitamente organizados no Reino Unido na década de 1830.

O movimento cartista, surgido no calor da luta operária, entregou ao Parlamento britânico, em 1838, uma série de reivindicações políticas que incluíam o sufrágio universal, entendido como meio de alcançar as melhorias sociais. Em paralelo, o movimento cooperativista, impulsionado por alguns dos mais destacados socialistas utópicos -- como Robert Owen, no Reino Unido, e Charles Fourier, na França -- procurava criar o modelo de uma nova sociedade, baseado em melhores condições de trabalho e na coletivização dos meios de produção.

Na França, assim como em outros países europeus, o movimento operário associado aos partidos republicanos e democratas progrediu ideologicamente com as teorias de pensadores socialistas como Louis Blanc, Pierre-Joseph Proudhon, Auguste Blanqui e outros. Depois dos eventos revolucionários que sacudiram a Europa em 1848, ano de publicação do Manifesto comunista de Karl Marx e Friedrich Engels, o movimento operário dividiu-se em várias tendências. Os marxistas e alguns anarquistas pregavam a luta revolucionária para derrubar o sistema capitalista; os proudhonianos defendiam a implantação pacífica de uma sociedade coletivista e os reformistas preferiam colaborar com os regimes liberais, para obter conquistas políticas e sociais.

Internacionalismo. A obra teórica de Karl Marx conferiu ao movimento operário um conteúdo ideológico mais sólido que o de outras tendências socialistas. O anarquismo imprimiu um sentido moral e universalista à revolução, que passou a ser o objetivo político do proletariado e do campesinato de alguns dos países mais atrasados no processo de industrialização, como Espanha e Rússia. As duas tendências, representadas por Marx e Bakunin, respectivamente, se uniram em 1864 sob a bandeira da Associação Internacional de Trabalhadores (AIT). Mais conhecida como Primeira Internacional, a AIT foi fundada em Londres com o objetivo de fomentar a solidariedade proletária e promover a conquista do poder por aquela classe social.

Inicialmente, os sindicatos ingleses e franceses detinham a maior representação na Internacional; a partir de 1868, porém, foram criadas seções regionais na Bélgica, Espanha, Suíça, Itália e outros países. A desagregação da Primeira Internacional ocorreu por causa da perseguição movida pelos governos aos seus dirigentes, mas sobretudo pelas discordâncias entre Marx e Bakunin. A derrota da Comuna de Paris em 1871, ensaio frustrado de governo socialista que teve a participação dos internacionalistas, precipitou a dissolução da organização. Durante o Congresso de 1872 em Haia, as seções bakunistas se separaram da AIT e se integraram à Aliança Internacional, uma nova organização anarquista. O fim estava próximo: a Primeira Internacional acabou em 1876, e a Aliança realizou seu último congresso no ano seguinte.

Enquanto isso, a expansão do capitalismo e sua evolução para a etapa imperialista, que se caracterizou por "exportar" para a periferia as contradições do sistema, tornaram possível a concessão de benefícios sociais nos países industrializados. O movimento operário tendeu a orientar suas atividades no sentido de criar organizações sindicais consolidadas e partidos social-democratas nacionais. Em 1889 foi fundada a Segunda Internacional, em que predominava o Partido Social Democrata Alemão. O principal teórico da revisão do marxismo foi Eduard Bernstein, que concebeu a idéia de alcançar o socialismo por um processo de aperfeiçoamento do capitalismo.

A deflagração da primeira guerra mundial demonstrou a fragilidade do conteúdo internacionalista dos partidos social-democratas da época, pois cada um apoiou o governo de seu país em lugar de trabalhar pela solidariedade operária entre os países em guerra.

Revolução russa e evolução do movimento operário. Diante do "revisionismo" dos socialistas e social-democratas, os revolucionários russos -- principalmente Lenin -- promoveram a criação de um partido profissional, que representasse a vanguarda do proletariado. O sucesso da revolução russa de 1917 alimentou, na classe operária de outros países, a ilusão de uma rápida vitória do comunismo internacional, e com isso a Europa viveu, entre 1918 e 1922, um novo período de explosões revolucionárias. Em 1919 fundou-se em Moscou a Terceira Internacional, ou Internacional Comunista. Os partidos social-democratas da Hungria, no poder, combateram a revolução proletária. Nos demais países da Europa, fracassaram as revoltas isoladas dos novos partidos comunistas.

Em reação ao ativismo comunista, surgiram os partidos fascista e nazista, que chegaram ao poder na Itália e na Alemanha, respectivamente. Esses partidos tinham tendência a incorporar, em seus programas, elementos do trabalhismo e do sindicalismo.

O movimento comunista se dividiu em 1938, quando Leon Trotski fundou a Quarta Internacional, oposta ao stalinismo. O anarquista perdeu terreno, na primeira metade do século XX, para a social-democracia e para o comunismo.

Depois de um período de isolamento e decadência, os partidos comunistas voltaram a crescer na Europa, após a segunda guerra mundial, principalmente na França e na Itália. A recuperação econômica do continente fez com que esses partidos assumissem papéis compatíveis com os estados capitalistas democráticos. Os grandes sindicatos socialistas e comunistas da Europa, assim como os sindicatos americanos, se transformaram em instituições integradas ao sistema econômico e social capitalista e chegaram mesmo a colaborar com os governos nos planos de austeridade adotados em épocas de crise. A participação operária em alguns escassos episódios revolucionários, como o de maio de 1968 em Paris, ocorreu à margem das diretrizes sindicais.

O fenômeno de institucionalização do sindicalismo se manifestou com maior intensidade dentro dos regimes comunistas, na União Soviética e nos países do leste europeu. Os tímidos movimentos populares de oposição aos regimes centralizadores ganharam expressão no final da década de 1980. Com a dissolução da União Soviética, em 1991, os trabalhadores dos antigos países comunistas passaram a apoiar abertamente o retorno à economia de mercado. O final do século XX encontrou o movimento operário europeu dividido e ameaçado por conflitos nacionalistas, étnicos e religiosos, no leste, e pelo recrudescimento do nazi-fascismo e do racismo, no oeste.

Retirado do site: http://www.coladaweb.com/diversos/diatrabalho.htm


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Dia do Trabalho

1º de Maio - Dia do Trabalho

O Dia do Trabalhador (no Brasil também chamado Dia do Trabalho) é celebrado anualmente no dia 1 de Maio em numerosos países do mundo, sendo feriado nacional em muitos deles.

História

No dia 1 de Maio de 1886 realizou-se uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago nos Estados Unidos da América. Essa manifestação tinha como finalidade reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e teve a participação centenas de milhares de pessoas. Nesse dia teve início uma greve geral nos EUA. No dia 3 de Maio houve um pequeno levantamento que acabou com uma escaramuça com a polícia e com a morte de um dos protestantes. No dia seguinte, 4 de Maio, uma nova manifestação foi organizada como protesto pelos acontecimentos dos dias anteriores, tendo terminado com o lançamento de uma bomba por desconhecidos para o meio dos polícias que começavam a dispersar os manifestantes, matando sete agentes. A polícia abriu então fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas. Estes acontecimentos passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haymarket.

Três anos mais tarde, a 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu por proposta de Raymond Lavigne convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Em 1 de Maio de 1891 uma manifestação no norte de França é dispersada pela polícia resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serve para reforçar o dia como um dia de luta dos trabalhadores e meses depois a Internacional Socialista de Bruxelas proclama esse dia como dia internacional de reivindicação de condições laborais.

A 23 de Abril de 1919 o senado francês ratifica o dia de 8 horas e proclama o dia 1 de Maio desse ano dia feriado. Em 1920 a Rússia adota o 1º de Maio como feriado nacional, e este exemplo é seguido por muitos outros países.

Dia do Trabalho no Brasil

Até o início da Era Vargas (1930-1945) eram comuns nas grandes cidades brasileiras certos tipos de agremiação dos trabalhadores fabris (o que não constituía, no entanto, um grupo político muito forte, dada a pouca industrialização do país). Esta movimentação operária tinha se caracterizado em um primeiro momento por possuir influências do anarquismo e mais tarde do comunismo, mas com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, ela foi gradativamente dissolvida e os trabalhadores urbanos passaram a ser influenciados pelo que ficou conhecido como trabalhismo (uma espécie de "ideologia" que não está interessada na desconstrução do capital, mas em sua colaboração com o trabalho). O trabalhismo foi usado pela propaganda do regime varguista como um instrumento de controle das massas urbanas: isto se vê refletido na forma como o trabalho é visto cada vez mais como um valor.

Até então, o Dia do Trabalhador era considerado por aqueles movimentos anteriores (anarquistas e comunistas) como um momento de protesto e crítica às estruturas sócio-econômicas do país. A propaganda trabalhista de Vargas, sutilmente, trasnforma um dia destinado a celebrar o trabalhador no Dia do Trabalho. Tal mudança, aparentemente superficial, alterou profundamente as atividades realizadas pelos trabalhadores a cada ano, neste dia. Até então marcado por piquetes e passeatas, o Dia do Trabalho passou a ser comemorado com festas populares, desfiles e celebrações similares. Atualmente, esta característica foi assimilada até mesmo pelo movimento sindical: tradiconalmente a Força Sindical (uma organização que congrega sindicatos de diversas áreas, ligada a partidos como o PTB) realiza grandes shows com nomes da música popular e sorteios de casas próprias e similares.

Aponta-se que o caráter massificador do Dia do Trabalho, no Brasil, se expressa especialmente pelo costume que os governos têm de anunciar neste dia o aumento anual do salário mínimo.

Só o trabalho constrói. Todo o conforto de que a humanidade goza hoje em dia é fruto do trabalho de muitas pessoas, através de várias gerações.
Todo trabalho honesto dignifica, por mais humilde que seja. Quem faz do trabalho o seu maior prazer da vida, vê que só tem a lucrar, pois além de manter-se com orgulho e honestidade, não tem vontade nem tempo para a ociosidade, que quase sempre leva a maus hábitos.

O Dia do Trabalho é essencialmente importante, porque é nessa data que lembramos o esforço humano para modificar a natureza e explorá-la para o progresso da humanidade.
Todas as pessoas, cada uma na sua profissão, são igualmente necessárias. A comunidade depende tanto de engenheiros e médicos quanto de pedreiros, padeiros e agricultores.

Fonte: Wikipédia.org


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quarta-feira, 22 de abril de 2009

Nova Ortografia (O que muda no Brasil)

No Brasil, somente 0,6% (aprox) das palavras serão afetadas. Veja abaixo as mudanças:

TREMA
Deixará de existir em todas as palavras (ex: lingüiça será escrito como “linguiça”), com exceção para nome próprios

HÍFEN
Não será mais usado nos seguintes casos:

  • Quando o primeiro elemento termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente (Ex: extra-escolar será escrito como) “extraescolar”;
  • Quando o segundo elemento começar com r ou s. Nesse caso, a primeira letra do segundo elemento deverá ser duplicada (Ex: anti-semita e contra-regra serão escritos como “antissemita” e “contrarregra”;

Outra regra para o hífen é a de incluí-lo onde antes não existia, nos casos em que o primeiro elemento finalizar com a mesma vogal que começa o segundo elemento (ex: microondas e antiinflamatório serão escritos como “micro-ondas” e “anti-inflamatório”.

ACENTO DIFERENCIAL
Não se usará mais o acento para diferenciar:

  • “pêra” (substantivo - fruta) e “pera” (preposição arcaica)
  • “péla” (flexão do verbo pelar) de “pela” (combinação da preposição com o artigo)
  • “pára” de “para” (preposição)
  • “pêlo” de “pelo” (combinação da preposição com o artigo)“pólo” (substantivo) de “polo” (combinação antiga e popular de “por” e “lo”)

ACENTO CIRCUNFLEXO
Deixará de existir em:

  • palavras que terminam com hiato “oo” (Ex: vôo e enjôo serão escritos como “voo” e “enjoo”)
  • terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos dar, ler, crer e ver (ex: Lêem, vêem, crêem e dêem serão escritos como “leem”, “veem”, “creem” e “deem”)

ACENTO AGUDO

  • Será abolido em palavras terminadas com “eia” e “oia” (ex: idéia e jibóia serão escritos como “ideia” e “jiboia”.
  • Nas palavras paroxítonas, com “i” e “u” tônicos, quando precedidos de ditongo. Exemplos: “feiúra” e “baiúca” passam a ser grafadas “feiura” e “baiuca”
  • Nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i”. Com isso, algumas poucas formas de verbos, como averigúe (averiguar), apazigúe (apaziguar) e argúem (arg(ü/u)ir), passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem

ALFABETO
O alfabeto agora contará com as letras “k”, “w” e “y”, somando um total de 26 letras

Se você quiser pode baixar as novas regras no site:

http://www.baixaki.com.br/download/Guia-Pratico-da-Nova-Ortografia.htm

Retirado do site: http://novaortografia.com


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Pedagogia e Didática: duas ciências independentes

RESUMO

A Pedagogia e a Didática são ciências particulares autônomas? É a Didática um ramo da Pedagogia, ou suas inter-relações são parte do próprio materialismo-dialético? Qual é, não a hipotética, mas a verdadeira relação entre Educação e Ensino? Essas e muitas outras interrogantes serão respondidas sucintamente neste trabalho, que a sua vez é uma síntese de uma obra maior, que levou mais de 10 anos de pesquisas: Pedagogia e Didática: duas ciências autônomas. Reflete-se sobre as origens, as categorias, leis, princípios e métodos de pesquisas de cada uma destas ciências. Conclui-se com uma valoração prática da importância desta distinção.

PALVRAS CHAVES: Pedagogia, Didática, Educação, Ensino, Instrução.

INTRODUÇÃO

Até hoje, primeira década do século XXI, em muitos países, a Pedagogia é questionada como ciência independente, e a Didática é considerada, no melhor dos casos, como uma disciplina ou ramo dela. Por que essa situação, ainda, persiste ao longo dos tempos? Será que tem a ver com a consideração histórica de confundir os termos de educação vs instrução, educação vs ensino e instrução vs ensino?

Alguém se refere à Física ou à Química como ramos ou disciplinas matemáticas? É possível o desenvolvimento de estudos e pesquisas na Física ou na Química sem o auxilio da matemática? Não obstante, dessa dependência, os cientistas, professores, pesquisadores, não consideram uma a disciplina ou o ramo da outra. È claro que a ciência não tem fronteiras, nem divisões; é o consenso dos estudiosos, pesquisadores, cientistas que a dividem para poder aprofundar no complexo mundo científico-tecnológico. Essa taxonomia é necessária, não há dúvida disso. Mas, por que uma consideração funciona para uns e não para outros?

Esse breve questionamento, utilizando essas perguntas retóricas, tem a finalidade de provocar uma reflexão sobre a constante referência da Didática como disciplina da Pedagogia, quando a relação entre ambas muitas vezes é forçada, ambígua e artificial.

Para dar respostas, ou ao menos tentar satisfazer aos leitores com reflexões adequadas sobre o assunto, este trabalho abordará, em primeiro lugar, as origens da Pedagogia e da Didática. Podendo perceber que ainda com aspectos comuns, elas não têm a mesma origem, como ciências particulares. A Pedagogia surge como ciência particular, a partir do século XIX, enquanto, a Didática esperaria mais um século.

A seguir, se procura desvendar o porquê dessa "quase" obrigatória relação direta entre a Pedagogia e a Didática. Uma forma encontrada é analisar as tergiversações a partir dos conceitos educação, ensino e instrução. O objetivo fundamental aqui é considerar a diferença entre educação e ensino e valorar a falsa unidade entre educação e instrução.

Para poder aprofundar nas diferenças, se aborda, por um lado, a Pedagogia, seu objeto de estudo, seu sistema de conhecimentos científicos: expressados, fundamentalmente em categorias, leis e princípios, e os principais métodos de pesquisa, que sustentam a cientificidade desses conhecimentos. Logo a seguir, faz-se o mesmo com a Didática, abordando-se seu objeto de estudo, sistema de conhecimentos científicos, métodos de pesquisa e se conclui com as Considerações Finais, destacando-se a importância prática da necessária independência destas ciências.

ORIGENS DA PEDAGOGIA E DA DIDÁTICA

Diferente da Pedagogia que tem seu reconhecimento como ciência particular a partir do século XIX, a Didática em muitos países, ainda não é reconhecida como ciência independente. É considerada, erroneamente, uma disciplina técnica da Pedagogia, ou como ramo desta. Não obstante, felizmente, são muitas as comunidades científicas que a partir do século XX, deram luz verde à Didática como ciência particular. A seguir uma breve referência às origens destas duas ciências em questão.

Origem da Pedagogia

A Pedagogia, como ciência, tem uma longa história. Os seus primeiros estudos e aportes emergiram, com a origem e o desenvolvimento da própria civilização. Como também aconteceu com outras ciências, a Pedagogia viu seus primeiros grandes estudos nas obras dos clássicos da antiguidade: Platão (427-347), Aristóteles (384-322), entre outros.

Seu surgimento sustenta-se a partir da definição de seu objeto de estudo: a educação. O progresso da educação não poderia se fundamentar só com experiências do dia-a-dia e conjecturas dos pensadores. Era necessário o surgimento de uma ciência que desse a esse objeto de estudo, uma sustentação científico-tecnológico.

As obras de Comenius, Rousseau, Kant, Hegel, Herbart, Chernichevski, Pestalozzi, Diesterweg e Ushinski, entre outros intelectuais, ajudaram à independência da Pedagogia como ciência particular. Os clássicos do Materialismo-Histórico e Dialético, Marx e Engels, elaboraram os fundamentos que permitiram sustentar a cientificidade desta. Dessa forma, aos poucos, a Pedagogia vai-se diferenciando, como resultado de um longo período e processo histórico, da Teologia e da Filosofia.

A seguir uma citação da interessante obra Pedagogia de um coletivo de autores alemães que sintetiza a origem da ciência da educação, e confirmam assim, de forma sucinta, que a Pedagogia surgiu como ciência particular a partir do século XIX.

A Pedagogia tem uma longa história. Surge como ciência no momento dela ser um reflexo da manifestação social objetiva da educação. Na Antigüidade, ela tem sido encerrada em complexas apreciações sobre o mundo e o homem (Por exemplo, em Aristóteles). No Feudalismo e no Capitalismo, a Pedagogia vai-se diferenciando paulatinamente, em correspondência com a necessidade social, da Teologia e da Filosofia. No século XVI e no século XVII, nasce o primeiro sistema pedagógico como resultado da divisão, do até então estreito vínculo entre a Teologia e a Filosofia. Esta é a expressão e o resultado da luta da burguesia florescente contra o Feudalismo. Não obstante, a Pedagogia continua sua relação com a filosofia, como por exemplos: Rousseau, Kant, Hegel, Herbart e Chernichevski, ela se erige cada vez mais, como uma ciência independente, nos séculos XVIII e XIX, aproximadamente com Pestalozzi, Diesterweg e Ushinski, entre outros. (NEUNER,G. et al, 1981, p. 100).

    CONCEITOS DE EDUCAÇÃO, ENSINO E INSTRUÇÃO.

Uma das problemáticas neste campo de conhecimento é a ambigüidade da terminologia. Claro que ciência não é como os neopositivistas consideraram, "colocar na língua científica o conhecimento popular". Não obstante, o sistema de conhecimento de qualquer ciência está determinado pelas categorias e os termos que descrevem e fundamentam a estrutura base de seu objeto de estudo. E tudo isso se logra com uma adequada utilização da língua científica, em especial sua terminologia.

Uma das complexidades tanto para a Pedagogia, como para a Didática são seus respectivos objetos de estudo, pois qualquer leigo se acha no "direito" de "dissertar" sobre educação ou ensino. Por exemplo. Quem fala sobre Física Quântica? Ou sobre Biologia Molecular? Não é suficiente saber contar para ser matemático! Este fato leva a que existam trabalhos, "resultados de pesquisas" que no conteúdo deles têm uma mistura de conhecimentos acientíficos e anticientíficos que pouco ajudam na prática social e no desenvolvimento destas ciências.

Um exemplo neste contexto é o posicionamento do ilustre Jean Piaget que segundo um dos seus discípulo, Gadotti,M (1988, p. 64) considerava que

Quando a maioria dos institutos de ciências, hoje, ainda se mantêm fechados em pequenas capelas, fechados num linguajar hermético, Piaget sempre concebeu o estudo científico como uma interseção de disciplinas. Não se pode fazer Psicologia sem a física, sem a Matemática, sem as Ciências Sociais.

Aliás, o sucesso das teorias de Piaget sobre desenvolvimento da inteligência nas crianças deve-se, em grande parte, à rigorosa fundamentação físico-matemática e bioquímica. Ele sempre soube escolher, nesse sentido, os melhores pesquisadores das áreas. Era um homem que sabia ouvir.

Piaget não gostava de responder a perguntas sobre educação. Limitava-se a dizer que não havia pesquisado esse campo do saber. Perguntaram num programa de Radio Suisse Romande, por que não investigara a afetividade. Respondeu que não tinha tempo para tratar da inteligência e da afetividade ao mesmo tempo. Preferiu optar pelo estudo da inteligência.

Já pensou que educando, aluno, estudante, discente, criança, escolar, aprendiz, são a mesma coisa? Ao final não são sinônimos? Sim. Essas palavras são sinônimas na utilização do dia-a-dia, mas não na língua científica, pois cada palavra mencionada expressa um conceito distinto. No caso da Pedagogia, educando e escolar, seriam importantes termos dentro do campo de estudo e pesquisa. Já para a Didática referiria melhor os termos de aluno, estudante e discentes, e assim por diante.

A língua científica deve ser objetiva, não deve permitir ambigüidades. Outro exemplo poderia ser o fato que o professor não tem "didática", o que o docente pode e deve ter é competência didática. Quando no dia-a-dia, alguém diz: -"Esse professor tem uma boa didática", na língua científica deve considerar-se que aquele profissional de referência, tem domínio dos aspectos ou dimensões didáticas necessárias que conformam essa competência.

Se importante é a adequada utilização da terminologia de uma ciência, imagine o que acontece quando o assunto em questão é o próprio objeto de estudo? Então, considerando que na língua científica não se admite a sinonímia, se pode dizer, cientificamente "falando", que educação, ensino e instrução não são sinônimos.

O que é educação?

Desde a época de Platão, o termo educação foi centro dos debates. Para ele era dar ao corpo e a alma toda beleza e perfeição que seja possível. Émile Durkheim a considerava a preparação para a vida. Para Pestalozzi, a educação do ser humano deve responder às necessidades de seu destino e ás leis de sua natureza. Para José Martí, é depositar em cada homem toda a obra da humanidade vivida, é preparar o ser humano para a vida.

Segundo o ICCP (1988) se entende por educação o conjunto de influências que exerce a sociedade sobre o indivíduo. Isso implica que o ser humano se educa durante toda a vida.

A educação consiste, ante todo, em um fenômeno social historicamente condicionado e com um marcado caráter classista. Através da educação se garantirá a transmissão de experiências de uma geração à outra. (ICCP, 1988, p.31)

Segundo Lênin, V (apud. ICCP, 1988), a educação é uma categoria geral e eterna, pois é parte inerente da sociedade desde seu surgimento. Também, a educação constitui um elo essencial no sucessivo desenvolvimento dessa sociedade, a ponto de não conceber progresso histórico-social sem sua presença.

Para Martins,J (1990) a educação é um processo de ação da sociedade sobre o educando, visando entregá-lo segundo seus padrões sociais, econômicos, políticos, e seus interesses. Reconhece-se aqui a necessária preparação para a vida, já referida em outras definições e que só se logra a através de convicções fortes e bem definidas de acordo com esses padrões. Por isso é tão importante, mas que uma definição o mais precisa possível, a caracterização deste objeto de estudo e pesquisa da Pedagogia.

Para uns, Educação é processo, para outros é categoria, ou fenômeno social, ou preparação, ou conjunto de influências, e muitos conceitos mais. Ainda seguindo a linha de pensamento de J. Martins, se concorda que:

A educação tem os seguintes caracteres:

    • É fato histórico, pois se realiza no tempo;
    • É um processo que se preocupa com a formação do homem em sua plenitude;
    • Busca a integração dos membros de uma sociedade ao modelo social vigente;
    • Simultaneamente, busca a transformação da sociedade em beneficio de seus membros;
    • É um fenômeno cultural, pois transmite a cultura de um contexto de forma global;
    • Direciona o educando para a autoconsciência;
    • É ao mesmo tempo, conservadora e inovadora. (MARTINS, J, 1990, p.23)

Deve-se analisar que a educação, mais que processo, mais que conjunto de influências, e outras, é uma atividade. Como toda atividade tem orientação, por tanto pode ser planejada. É processo, pois está constituída por ações e operações que devem ser executadas no tempo e no espaço concreto. É resultado que expressa ou manifesta uma cultura, como fato sócio-histórico.

Mas, o que é educação? A definição a seguir não pretende ser exaustiva, nem focalizada nessa palavra desde a perspectiva da lingüística textual, onde claramente, o significado sempre estará dependendo de seu contexto. Aqui só se esta definindo a categoria geral e eterna, como objeto de estudo e pesquisa da Pedagogia.

Portanto, a Educação é uma atividade social, política e econômica, que se manifesta de diversas formas e que seu sistema de ações e operações exercem influências na formação de convicções para o desenvolvimento humano do ser social e do ser individual.

Neste último aspecto vale destacar que o ser humano que se pretende construir, desde a óptica como ser social deve ser

Desenvolvido simultaneamente nos planos, físico e intelectual, que tem consciência clara de suas possibilidades e limitações. Um homem munido de uma cultura que lhe permita conhecer, compreender e refletir sobre o mundo. (MARTINS,J 1990, p. 22)

Isso significa que a educação pode ser direcionada, considerando a expressão social que deve refletir na consciência de cada pessoa. Por outro lado, se deve também trabalhar, nessas influências que exerce a sociedade e o estado na formação humana do ser individual, onde:

O homem independente, mas não isolado, que conhecendo suas capacidades físicas, intelectuais e emocionais, e senhor de uma visão crítica da realidade, seja capaz de atuar de forma eficaz e eficiente nessa realidade. (MARTINS,J 1990, p. 22)

Resumindo, a educação, como fenômeno inerente à sociedade, é orientação, é processo e expressão de uma cultura sócio-política. Pois como atividade, está constituída por esses aspectos. Por outro lado, sabe-se que o ser humano se realiza culturalmente em tempo e espaço, e que a complexidade dos fenômenos sociais e a quantidade de cultura emanada de muitas gerações, precisam ser otimizadas no tempo. Por isso, e em busca de seu aperfeiçoamento social e individual, surge o processo pedagógico, que não deve confundir-se com o processo docente, com educação, ou com o processo educativo.

O processo pedagógico, como aspecto consciente dentro do planejamento educacional, surge a partir das mudanças sofridas pela sociedade e com o objetivo de construir determinado protótipo de ser humano. Por isso, um dos meios importante para influir na construção desse novo ser, é através do adequado planejamento educacional. Os programas, planos, e projetos, resultado dessas atividades de gestão educativa, sejam introduzidos e generalizados como forma ideal para orientar, executar e controlar o trabalho educativo.

O que é ensino?

Antes de entrar-se na definição do objeto de estudo e pesquisa da Didática, lembre-se das palavras de J. Martins (1990, p. 23) quando expressou que "desde seu surgimento a palavra didática, significou a ciência de ensinar". Pode ser questionado o termo ciência, mas a idéia fica clara que o objeto é o ensino. Não se deve esquecer que na época que se utiliza o termo, ciência era só as áreas de conhecimentos da natureza. O termo "art" era utilizado para as atividades das atuais e reconhecidas áreas das ciências sociais. Mas, então por que, ainda hoje, é questionada a utilização do termo: ensino, substituindo-o por ensino-aprendizagem? Seria interessante considerar a seguinte analogia que ajudará a entender o ensino, como objeto e não o ensino como categoria, termo ou uma simples palavra.

Quando alguém denomina um homem de pai, utilizando o termo de pai com a significação de pai biológico, é porque esse ser humano masculino, tem, como mínimo um filho. Portanto, qualquer homem não é pai, só aquele que gerou um descendente. Algo parecido, salvando a analogia, sucede com a palavra ensino. Se um determinado professor realiza uma atividade que não gere uma "aprendizagem" objetivada, essa atividade não pode ser denominada de ensino. Por tanto, se não é lógico utilizar a palavra composta pai-filho, para designar um ser humano masculino que gerou um descendente dele, também é ilógico supor que a palavra composta "ensino-aprendizagem", substitua o objeto: ensino.

Segundo Baranov, S.P. et al (1989, p. 75) o ensino é "um processo bilateral de ensino e aprendizagem". Daí, que seja axiomático explicitar que não existe ensino sem "aprendizagem". Seu posicionamento sempre foi muito claro, quando estabeleciam entre ensino e aprendizagem, uma unidade dialética.

Para Neuner, G. et al (1981, p. 254) "a linha fundamental do processo de ensino é a transmissão e apropriação de um sólido sistema de conhecimentos e capacidades duradouras e aplicáveis." Destaca-se, por um lado, neste conceito a menção de "um sólido sistema de conhecimento", e por outro lado, as "capacidades duradouras e aplicáveis". No primeiro caso, referindo-se ao processo de instrução que procura atingir a superação dos discentes e o segundo caso ao treinamento, como forma de desenvolver as capacidades.

O ICCP (1988, p. 31) define "o ensino como o processo de organização da atividade cognoscitiva" processo que se manifesta de uma forma bilateral: a aprendizagem, como assimilação do material estudado ou atividade do aluno, e o ensino como direção deste processo ou atividade do professor.

Considerando estas idéias, fica claro que não é preciso a utilização da composição léxica "ensino-aprendizagem" para destacar a importância da "aprendizagem" neste processo, pois ela é inerente ao ensino. A palavra aprendizagem neste contexto, não esta sendo utilizada desde a perspectiva terminológica que distinguiria semanticamente os termos: aprendência, aprendizado e aprendizagem.

Portanto, o ensino, como objeto de estudo e pesquisa da Didática, é uma atividade direcionada por docentes à formação qualificada dos discentes. Por isso, na implementação do ensino se dão a instrução e o treinamento, como formas de manifestar-se, concretamente, este processo na realidade objetiva.

Diferenciando Educação, de Ensino, seria interessante refletir com as palavras de J.M. Guyau, quando diz que "educar a um homem não é ensinar alguma coisa que não sabia, senão fazer dele o homem que não existia." (GUYAU, J apud. ISÓIS, J. 1976, p. 14)

O que é instrução?

Este é um termo que tem sido utilizado indistintamente para se referir ao que se define como educação, e também tem sido empregado com a denotação dada aqui de ensino. Isso traz consigo um grande dilema. Suma-se a essa ambigüidade do termo, o fato de erros de tradução de um idioma a outro. Mas como o objetivo não é fazer a história das denotações desta palavra, se passa a delimitar sua concepção neste trabalho.

Segundo Baranov, S.P. et al. (1989, p. 22) "a instrução constitui o aspecto da educação que compreende o sistema de valores científicos culturais, acumulados pela humanidade". Nesta perspectiva nota-se a coincidência com o próprio termo de educação. A instrução, não é diretamente um aspecto da educação, mas bem, deve ser considerado como um elemento que aperfeiçoa o processo educativo, o que é diferente. A instrução não é inerente à educação, através da instrução pode-se desenvolver a educação. Se estes autores estiveram certos, não existiriam pessoas bem instruídas, pessoas já formadas, más educadas. Ou também, não existiriam analfabetos, sem alguma instrução, com uma boa educação.

É muito mais preciso, desde a óptica deste trabalho, o conceito de instrução valorado pelos alemães Neuner, G, et al. (1981, p. 112) enfatizando que na literatura pedagógica o conceito de instrução se emprega, na maioria das vezes, com a significação de ministrar e assimilar conhecimentos e habilidades, com a formação de interesses cognoscitivos e talentos, e com a preparação para as atividades profissional.

O ICCP (1988), também valora a instrução com essa mesma perspectiva profissionalizante quando expressa que:

O conceito expressa o resultado da assimilação de conhecimentos, hábitos, e habilidades; se caracteriza pelo nível de desenvolvimento do intelecto e das capacidades criadoras do homem. A instrução pressupõe determinado nível de preparação do individuo para sua participação numa ou outra esfera da atividade social. (ICCP, 1988, p. 32)

Portanto, a instrução não forma parte do conceito de educação, nem existe uma denominada lei de unidade da instrução e a educação. A instrução, como manifestação concreta do ensino, é uma ação didática que desenvolve o intelecto e a criatividade dos seres humanos com conhecimentos e habilidades que os prepara para desenvolver atividades sócio-culturais.

Como se colocou na introdução deste trabalho é possível que uma das causas pela qual a Didática seja considerada uma disciplina da Pedagogia consiste na falsa concepção de que a educação leva implícita dentro de si o processo de ensino. Por tanto, como se expresso anteriormente que na língua científica não admite a sinonímia, Educação, Ensino e Instrução designam realidades diferentes. A Educação se centra na formação do ser humano, especificamente na construção da personalidade, enquanto o Ensino reflete o processo de otimização da aprendizagem, a qual ajuda na formação do ser humano, mas não o define. Já a Instrução é uma forma de manifestar se o ensino, onde se focaliza os aspectos de conhecimentos e saberes da realidade objetiva e subjetiva.

PEDAGOGIA: OBJETO DE ESTUDO, SISTEMA DE CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS E MÉTODOS DE PESQUISA.

Neste item se abordará os aspectos que demonstram a cientificidade da Pedagogia. Mas antes de referir-se a esses aspectos é bom considerar que a ciência, como atividade universal, não tem verdadeiramente, fronteiras entre as ciências particulares. Essa divisão existe pelas limitações do ser humano em poder abarcar grandes campos do saber, e também, uma forma de avançar em áreas priorizadas. Portanto sempre existirão termos de uma ciência, utilizados em outra. Ainda, uma mesma palavra utilizada em diferentes campos do saber expressa diferentes noções. Pois, em uma ciência, essa palavra pode ser um simples lexema para possibilitar a comunicação científica; enquanto em outra, essa mesma palavra pode ser um termo, formando parte das palavras chaves dessa área de conhecimento: terminologia. Em outra ciência, essa mesma palavra pode ser uma categoria, e em outra pode ser o próprio objeto de estudo.

Ainda, as contribuições de uma ciência, sempre serão bem-vindas em outras, por essa inter-relação dialética que existem entre elas, aqui se tratará sobre o objeto de estudo e de pesquisa que não deve ser objeto de outra ciência. Por isso, a definição do objeto de estudo da Pedagogia, não é a definição de uma simples palavra, que será utilizada como lexemas em outras ciências, senão a delimitação conceitual dessa megacategoria. Depois da definição do objeto, se sustentará, sinteticamente, o sistema de conhecimento científico que fundamenta a Pedagogia como ciência particular, através de suas categorias gerais, leis e princípios. Por último, neste item, se mencionará alguns métodos empregados nas pesquisas pedagógicas. O objeto de estudo, o sistema de conhecimentos científicos e os métodos, nessa ordem, são os três requisitos básicos que a comunidade científica exige para determinar se uma determinada área de conhecimento é uma ciência particular autônoma.

Objeto de estudo e pesquisa da Pedagogia

Para N.A. Konstantinov (apud. ISÒIS, J, 1976), o objeto de estudo da Pedagogia é a educação como fenômeno social. José C. Libâneo é muito mais explicito e direto quando expressa que:

Pedagogia é, então, o campo do conhecimento que se ocupa do estudo sistemático da educação, isto é, do ato educativo, da pratica educativa concreta que se realiza na sociedade como uns dos ingredientes básicos da configuração da atividade humana. (LIBÂNEO, J. C.1999, p. 25)

Portanto fica claro que o objeto de estudo da Pedagogia é a educação. Esta Educação, vista como atividade sócio-cultural, política e econômica, que se manifesta de diversas formas e que seu sistema de ações e operações, exercem influências na formação de convicções para um desenvolvimento humano, consciente do papel do ser social e do ser individual.

Considerar a Educação como atividade, implicará que nela se dêem as orientações, os processos, os resultados, entre outras muitas coisas que são inerentes à atividade. Daí que o objeto seja amplo, onde os diversos processos e os diversos contextos sejam também áreas fronteiriças com outras ciências. Neste ponto, Libâneo é novamente convincente:

...o campo educativo é bastante vasto, porque a educação ocorre na família, no trabalho, na rua, na fábrica, nos meios de comunicação, na política. Com isso, cumpre distinguir diferentes manifestações e modalidades de prática educativa tais como a educação informal, não formal e formal. (LIBÂNEO, J. C.1999, p. 25)

Segundo Libâneo, J (1999, p.126) "na mentalidade, de muitos educadores, a Pedagogia ainda continua tendo o sentido de metodologia, de organização do ensino". Isto explica, em boa parte, os dilemas enfrentados, ao longo dos anos, pelo reconhecimento oficial, em muitos paises, da independência cognoscitiva e da autonomia da Pedagogia como ciência particular. A Pedagogia é, sem dúvida alguma, a ciência que tem como objeto de estudo e pesquisa a Educação.

Sistema de conhecimentos científicos: categorias da Pedagogia

Toda ciência tem seu sistema de conhecimento científico que constitui a estrutura base para, a partir daí, erguer toda uma produção de novos conhecimentos, como resultado da atividade científica. Essas novas contribuições podem ser de uma mesma ciência, ou de outras a fins, que também colaboram na construção da estrutura sistêmica. Essa estrutura base, sistêmica e sistemática, se sustenta com as categorias gerais, com as leis e os princípios.

Os principais pilares de toda ciência são as categorias gerais dela. A Pedagogia tem quatro categorias gerais que devem, dialeticamente, interagir entre si. São categorias: a escola, a família, a comunidade e a convicção.

Escola

A escola, ao dizer de E.Krieck (apud. ISÒIS, J. 1976), só pode realizar uma parte da educação. Essa parte que se refere é a que se denomina educação escolar. Isso acontece por ser a escola o elo essencial do estado. A escola representa quem tem o poder, quem governa. A escola, ao contrário do que se pensa e se divulgou por muito tempo, não é inerente à educação. Ela, a escola, tem uma natureza social, como a educação, mas se consagrou como privilégios dos que ostentam o poder.

Portanto, a escola surgiu como instituição social, ao longo da história, à medida que a organização das sociedades foi se tornando mais complexa, a tecnologia mais avançada e as aquisições culturais mais vastas e sistematizadas. (HAYDT, R. 1997, p. 12)

A escola como instituição social, é o núcleo básico que o estado tem para poder influenciar na educação da sociedade, na formação de novas gerações de seres humanos.

Família

A família desde uma perspectiva sociológica é vista como a cédula da sociedade, e sem dúvida alguma, o núcleo básico da educação. É um erro histórico, pensar que a escola substitui à família na configuração educativa de seus membros. A escola poderia, e deve ter um papel cada vez mais preponderante nos processos educativos, mas nunca substitui à família, pois é inerente à educação, é o núcleo fundamental. Portanto, desde a perspectiva pedagógica, a família é responsável pela educação de seus membros. Isso é independentemente do sistema sócio-político governando.

Comunidade

Esta categoria, pouco estudada pedagogicamente, é a concretização da sociedade. Neste trabalho é vista como um sistema de seres vivos inter-relacionados que habitam um mesmo lugar. Devem-se destacar com significativa importância os elementos que conformam determinada comunidade. Entre esses aspectos estão:

  • Habitantes residentes,
  • Flora local,
  • Fauna local,
  • Geografia local,
  • História local, comunitária e familiar,
  • Cultura local, comunitária e familiar.

A comunidade pode subdividir-se em duas: a comunidade externa, que implicará todo contexto que abrange a influencia de uma escola ou várias escolas. Isso significa o espaço sócio-cultural, político e econômico onde a escola ou as escolas estão instaladas, como estrutura físicas. Essa relação da escola com a comunidade implica necessariamente outras relações com instituições, fábricas, hospitais, clínicas, rádio local ou comunitária, etc. que estejam dentro do contexto comunitário. A outra é a comunidade interna. Essa comunidade será vista através da relação de uma escola com os familiares, amigos, conhecidos dos discentes matriculados.

Existe uma unidade indissolúvel entre estas três categorias: escola, família e comunidade. Daí que seja considera uma unidade dialética tripartida. Essa unidade permite a construção social dos sujeitos. Não ver essas relações, não incidir nessas relações é uma das grandes causas do fracasso educacional. Esta concepção é um corolário da primeira lei pedagógica: relação dinâmico-participativa entre o estado, a educação e a sociedade. Quando essas relações são estimuladas e controladas conscientemente, com a intervenção de todos os envolvidos, resulta na construção de convicções bem definidas e duradouras. Daí que a convicção seja uma categoria essencial e determinante de uma educação real, objetiva e verdadeira.

Convicção

Ainda que a filosofia estude a convicção, não é filosofando que a mesma se forma. Só se forma uma convicção, a partir da educação. Constrói-se uma convicção quando, nela se dão os elementos que a conformam: valor, sentimento, qualidade do caráter, formas da conduta segundo o temperamento, ideologia, e atitude. Quando não se tem convicção de algo, ante esse algo se atua intuitivamente, só pelo instinto. Por isso, se é através das convicções que o sujeito se humaniza, e o objetivo da educação sempre refere à formação da personalidade, essa personalidade deve estar convicta de seus atos e pensamentos. Então, neste contexto, convicção é a certeza adquirida por fatos ou razões, como resultado do processo educativo de uma determinada sociedade.

Sistema de conhecimentos científicos: leis pedagógicas

A lei, desde a perspectiva científica, é considerada a relação básica, constante e necessária entre os fenômenos dentro do objeto de estudo e pesquisa de uma determinada ciência. No caso especifico das leis pedagógicas se estabelecem essas relações, ou se manifestam através das relações de causas e efeitos dos processos educacionais e dos processos educativos. Ainda existem trabalhos que abordam esta temática, Alvarez,C (1995), ICCP (1988), entre outros, aqui se enfatiza a presencia na Pedagogia, de três leis gerais que referem à relação entre estado, educação e sociedade; uma segunda lei que refere à autonomia educativa e sua influência diversificada; e uma terceira que refere às condições socioculturais e genética sobre o desenvolvimento social e individual.

1.- Lei da relação dinâmico-participativa entre o estado, a educação e a sociedade.

A dinâmica, nesta lei, parte da sociedade que determina o tipo de estado a se formar; por sua vez, o estado determinará o tipo de educação que se aplicará, enquanto a educação determinará o tipo de sociedade que se constrói. Essa relação cíclica estabelece sua forma de concretizar-se, através da relação comunidade, escola e família; onde cada um, respectivamente, refere aos componentes básicos desta lei.

Sendo assim, para que essa lei se cumpra, é a comunidade quem deve determinar o tipo de escola que deseja ter no seu contexto. A escola deveria desenvolver um profundo trabalho educativo com as famílias, para determinar o tipo de família que deveria ter, e então a família, genericamente falando, deveria influir na comunidade, para configurar o tipo de comunidade a se construir.

Infelizmente, esta é a primeira lei pedagógica, e é também, geralmente, a primeira a ser violentada. Esta é a principal causa do grande problema social que existe nos paises que não consideram esta importante lei. Pior ainda, são as poucas perspectivas que têm esses paises para resolver essas inúmeras situações sociais de calamidade. Pois, sem aplicação conseqüente desta lei não será possível reverter essas situações. Já existe uma resposta bem enérgica da natureza aos erros do ser humano às constantes violações das leis da natureza: Suname, El Nino, Desertificação, entre muitas outras respostas. E a sociedade? Será que já se está aproximando sua resposta? Será tão enérgica que conduza a sua própria autodestruição?

2. Lei da autonomia educativa e suas influências diversificadas na formação da consciência.

Para a existência de uma convicção, se deve ter consciência do fato ou da razão em questão. Neste sentido, se devem observar quais são as influências que melhor configuram uma determinada pessoa, ou uma determinada comunidade. As influências na construção do ser humano se manifestam em diversos contextos e em diversas modalidades. A educação, a formação de convicções, se desenvolve não só na escola, mas também no lar, na rua, na igreja, na fábrica, no bar, nos meios de comunicação, e outros lugares. Dentro das influências que se devem observar e propiciar estão: educação física & mental, educação ético & laboral, educação moral & axiológica, educação política & ideológica, educação artística & estética e educação intelectual & criativa.

Quando não se observam os aspectos que configuram a regularidade desta lei, o resultado educativo é, geralmente, um caos. Esta lei se relaciona com a primeira. É necessário seguir bem de perto o desenvolvimento dessa inter-relação. Pois, a família, por natureza, é responsabilizada com a educação de seus membros; contudo, caberia ao estado, através da escola, preparar a família nos conhecimentos sobre os diversos tipos de educação que existem, naturalmente, de uma forma prática. Não é só com a pretendida educação intelectual através do processo de "ensino-aprendizagem", no contexto escolar, que se logra uma educação consciente. Precisa-se da chamada "escola da vida".

Para desenvolver uma educação consciente, integral e dinâmico-participativa, é fundamental criar as condições sócio-culturais que beneficiem a formação de convicções. Para isso, devem-se observar os princípios e corolários desta segunda lei, que está interligada à primeira e à terceira, ainda preservando sua autonomia educativa e suas influências diversificadas. É importante que sempre que seja possível estejam presentes pessoas observadoras dessas influências para verificar os efeitos em cada educando. Pois, uma influência pode ter resultados diferentes, segundo a diversidade do público alvo.

3. Lei das condições sócio-culturais e genéticas sobre o desenvolvimento social e individual.

O desenvolvimento humano, expressado na sociedade ou nos indivíduos, dependerá das condições sócio-culturais; que à sua vez deverá considerar os aspectos genéticos para modificar ou transformar esse contexto social e cultural, que permita as vias adequadas para melhor configurar uma nova sociedade, com indivíduos cada vez mais humanos, menos egoístas, e pensando sempre no aperfeiçoamento da sociedade por encima dos interesses individuais.

Também, essa sociedade deverá ser, cada dia, mais respeitosa com as diversidades e com os interesses de seus membros. Deve-se estabelecer um balanço entre os interesses sociais e os interesses individuais. Só se logrará, sem violência, quando a escola, como gestora da tríade, exerça sua influência maior nas famílias e nas comunidades. Daí a importância cardinal de que os projetos pedagógicos das escolas incluam, independentemente da participação das famílias e das representações comunitárias, projetos de escolas melhores desenhadas arquitetonicamente, com variadas infra-estruturas e respeitando seu contexto meio ambientalista.

Sistema de conhecimentos científicos: princípios pedagógicos

O princípio científico é uma doutrina que emerge de uma ou várias leis. A teoria sobre educação permite uma estruturação de um sistema de princípios como resultado de pesquisas de diversas ciências e em especial da Pedagogia. Segundo ICCP (1988) estes princípios têm sua base nas leis do materialismo-dialético e histórico. São idéias verificadas cientificamente a partir do papel da prática na formação da personalidade, a influência do homem sobre a natureza, a relação da educação com a prática social e a função do coletivo na formação das qualidades da personalidade.

Os princípios pedagógicos orientam a definição dos objetivos educativos que a sua vez determinam o conteúdo e a forma (direção) da educação de uma sociedade.

1. Unidade indissolúvel entre escola, família e comunidade como via natural de formar convicções.

2. Papel diretor da escola na relação tripartida.

3. Relação entre as modalidades de educação: informal, não-formal e formal.

4. Relação das influências diversificadas com a tipologia educacional: educação física & mental, educação ético & laboral, educação moral & axiológica, educação política & ideológica, educação artística & estética e educação intelectual & criativa.

5. Instruir e treinar, otimizam a formação de convicções, mas não a determinam.

6. Determinação das condições sócio-culturais e de relações econômicas na formação da personalidade.

7. Caráter dominante dos grupos e coletivos sobre os indivíduos.

8. Respeito ao indivíduo na formação do ser social.

9. Vinculação, da formação de convicções com a vida, o meio social e o trabalho.

10. O conhecimento, por si só, não determina a formação de uma convicção.

11. Influências subliminares, intuitivas, só serão dominadas por convicção.

Métodos de Pesquisa Pedagógica

Neste contexto, método científico é a forma racional ordenada, objetiva e social de desenvolver uma atividade, que estabelece o caminho, através de técnicas, procedimentos, e passos com marcado nível de probabilidades de verificação científica para atingir um objetivo definido.

As formas concretas de realizar as ações do método científico constituem-se nas técnicas científicas desse método. Por outro lado, as operações concretizar-se-ão nos passos que dão lugar ao procedimento. Ficando a relação de implicação de passos forma o procedimento, procedimento forma a técnica e esta técnica forma o método.

Considerando as técnicas segundo este sentido específico, a relação existente entre método científico e técnica científica parece clara. Sua natureza é a mesma. Ambos são procedimentos, formas de atuação científica. Sua diferenciação consiste na abrangência do método, além disso, a relação filosófica do geral e o particular entre estes dois termos. A seguir, se expõem métodos e técnicas de pesquisa desde as perspectivas práticas e das teóricas que se empregam com sucesso na Pedagogia.

Os métodos práticos que mais se aplicam são: a observação, a experimentação e a sondagem (levantamento). A observação é o método de recopilação de informação educacional primária mediante a percepção direta dos elementos do objeto estudado ou pesquisado. Consiste no registro sistemático, válido e confiável de comportamentos ou condutas manifestas. O experimento é o método onde se cria uma situação, já no laboratório, já no contexto escolar, já na sociedade ou natureza, com a finalidade de observar, sob controle, a relação que existe entre os fenômenos educacionais. A sondagem, também conhecida como, levantamento, é o método onde a informação requerida procura-se através da respostas a perguntas orais, escritas no momento da pesquisa ou já recolhida com anterioridade. Existem três técnicas deste método: fonte bibliográfica, questionário e entrevista.

Os métodos teóricos permitem revelar as relações essenciais do objeto de pesquisa, não observáveis diretamente. Os métodos teóricos cumprem uma função epistemológica importante, já que possibilitam as condições para ir além das características superficiais da realidade objetiva. Também permitem explicar os fatos e aprofundar nas relações essenciais e qualidades dos processos, fatos e fenômenos educacionais. Os métodos mais usados são:

  • Método analítico: a análise é um procedimento teórico mediante o qual um todo complexo se descompõe nas suas diversas partes ou elementos.
  • Método sintético: a síntese estabelece mentalmente a união entre as partes previamente analisadas e possibilita descobrir as relações essenciais e características gerais entre elas.
  • Método abstrato: a abstração é um método mediante o qual se destaca a propriedade ou relação das coisas e fenômenos desde a perspectiva subjetiva.
  • Método concreto: é a síntese de muitos conceitos e por conseguinte, das partes. As definições abstratas conduzem à reprodução do concreto por médio do pensamento. O concreto, no pensamento, é conhecimento mais profundo e de maior conteúdo essencial.
  • Método indutivo: A indução é um procedimento mediante o qual, a partir de fatos particulares, se passa a proposições gerais. Este método sempre está unido ao processo mental dedução, ambos são momentos do conhecimento dialético da realidade condicionado entre si.
  • Método dedutivo: A dedução é um procedimento que se apóia nas asseverações generalizadoras a partir das quais se realizam demonstrações ou inferências particulares.
  • Método histórico: este se vincula ao conhecimento das distintas etapas dos objetos em sua sucessão cronológica. É o estudo diacrônico dos fenômenos educacionais.
  • Método modelativo: a modelação opera em forma teórica e prática com o objeto, não diretamente, mas através de um sistema auxiliar. Existe no procedimento deste método uma estrita relação entre a realidade educacional e o modelo ideado para substituir, na pesquisa, essa realidade.
  • Método sistêmico: procura revelar o sistema existente, a partir da estrutura e as funções de seus componentes.
  • Método comparativo: consiste, naquele método, aonde se vão seguindo determinados padrões ou princípios comuns a dois ou mais elementos. Estabelece os aspectos distintivos e os aspectos similares para os objetos comparados.

 

DIDÁTICA: OBJETO DE ESTUDO, SISTEMA DE CONHECIMENTOS CIENTÍFICOS E MÉTODOS DE PESQUISA.

  • A seguir se explicita uma série de aspectos que fazem da Didática uma ciência particular, com autonomia, expressado na grande produção de conhecimentos científicos que existem no ensino. Dessa forma se obtém base teórica sólida, e bem sustentada, que permitirá se situar dentro do contexto didático, facilitando o entendimento de sua estrutura base.

    A Didática, como toda ciência particular, tributa conhecimentos científicos à tecnologia, que atende a essa demanda, e que através da interface recria outros produtos e serviços a serem aplicados no contexto social. A Didática não é uma tecnologia, mas nela existe uma tecnologia didática.

    Por que se pode afirmar categoricamente que a Didática é uma ciência particular? Será que ela tem seu próprio objeto de estudo? Existe nesse objeto, toda uma estrutura base organizada com conhecimentos científicos que a sustentem como tal? Existem métodos e técnicas com um alto teor científico que fundamente e verifique os resultados das pesquisas nesta área com suficiente credibilidade para toda uma comunidade científica?

    Objeto de estudo e pesquisa da Didática

    Ainda existem autores, geralmente autodidatas, que escrevem sobre o objeto da Didática como a práxis pedagógica ou como o normativo das atividades escolares. Também têm outros que consideram a Didática como o estudo da teoria geral da instrução, ou como a arte de ensinar, ou como o processo de ensino-aprendizagem, ou como o conhecimento, ou como o processo docente-educativo, entre muitas outras concepções. Não obstante, existe um consenso, desde sua origem: a Didática estuda o ensino.

    Portanto, se o objeto de estudo e pesquisa da Didática é o ensino, e se o ensino é entendido como atividade direcionada por docente na formação qualificada dos discentes, é lógico que se reflita sobre o que e como se deve ensinar. As respostas, ao que ensinar, são estudadas e pesquisadas pela parte da Didática, denominada Desenho Curricular, também conhecida, simplesmente, como currículo. As respostas ao como ensinar, ficam na responsabilidade da Dinâmica do Ensino, a outra parte em que se divide esta ciência.

    Sistema de conhecimentos científicos: categorias da Didática

    Depois de delimitar o objeto de estudo e pesquisa da Didática, o ensino, é fundamental explicitar os aspectos que conformam a estrutura base desta ciência particular. Sobre o ensino existe toda uma estrutura sistemática e sistematizada de conhecimentos científicos que permitem a independência dela. Esta ciência tem suas próprias categorias, suas leis e seus princípios que a sustentam.

    Muitos manuais de Didática abordam o objetivo, conteúdo, método, meio, avaliação entre outros elementos do processo de ensino, como categorias didáticas. Ainda elas sejam tratadas como categorias, poderiam ser mais bem denominadas como componentes didáticos da aula. Pois elas não são categorias gerais, senão categorias elementares da aula. As três categorias gerais da Didática são: a docência, a aula, e a aprendência. Dentro da estrutura de cada categoria geral existem outras categorias menores. Naturalmente, existe uma importante inter-relação entre elas. Isso fundamenta a dialética da dinâmica do processo ensinante.

    Docência: ação estruturada na concretização do processo de ensino, com ativa participação dos docentes e discentes. Não deve confundir-se com outros processos que acontecem na escola, mas que não configuram totalmente dentro da docência: processo extra-escolar, processo extra-docente e processo docente-educativo. Seus componentes básicos são o processo docente, o docente e o discente. "A docência é uma prática educativa, mas nem toda prática educativa é docência, por ex. relações familiares."(I ENCUP,2007).

    Aula: operação docente celular aonde se concretiza o desenho curricular e a dinâmica do ensino. É uma operação docente, pois forma parte da ação docência, que a sua vez forma parte da atividade ensino. É celular, pois como cédula fundamental do processo de ensino se configura a partir de uma determinada unidade de tempo, num marco delimitado de espaço. Sua aplicação prática deverá permitir, com seus componentes, a consecução dos princípios didáticos. Formam parte da estrutura de uma aula os seguintes componentes: objetivo, conteúdo, tática (método, forma e meio), e controle (avaliação).

    Aprendência: interação entre ensinante e aprendente que permite ao aprendente ser autor de seu próprio desempenho. É o processo mediante o qual volitivamente se leva à cognição, provocando mudança no aprendente produzido pelo aprendizado. São componentes da aprendência o desempenho, autoria e aprendizado.

    Sistema de conhecimentos científicos: leis didáticas

    Segundo o ICCP (1988, p. 185) "o ensino é um processo complexo e contraditório regido por leis objetivas, assim como pelas contradições fundamentais que possibilitam sua concreção". A lei, neste contexto segue a linha desses autores, e considerada como o reflexo do essencial na dinâmica didática, onde se expressam as relações mais gerais necessárias, reiteradas e relativamente constantes da realidade objetiva. Tem vários autores que consideram uma grande amálgama de leis, que na verdade constituem princípios ou corolários destas que se mencionam aqui.

    1.- Lei das contradições dicotômicas internas do processo docente.

    A complexidade do processo de ensino reside, fundamentalmente, pelas suas contradições internas. É precisamente essa, uma das características que permitem diferenciar esta atividade, das muitas outras atividades que realiza o ser humano. Para o sucesso do processo docente devem-se conhecer as principais contradições dicotômicas, entre elas: ensinar-aprender, grupo-indivíduo, cultura universal-currículo, teoria-prática, material-racional, discente-docente, ensinante-aprendente, instrução-superação, treinamento-capacitação, formação-qualificação.

    2.- Lei da otimização educativa do ensino.

    O ensino, como atividade preparada, organizada e planejada, permite a otimização do processo educativo. Daí que surge o processo docente-educativo. Pois não existe uma unidade dialética entre essas atividades, não são inerentes entre si, mas constituem a forma ideal de aperfeiçoar o processo. Isto será possível, quando se concretizem, adequadamente, todos os processos básicos do ensino: instrução, treinamento e formação qualificada, e que no currículo, sempre estejam colocados os aspectos pedagógicos necessários para configurar as convicções que conformam parte do modelo de personalidade que se deseja construir.

    3.- Lei da aula como núcleo da atividade docente.

    Qualquer atividade, ação ou operação desenvolvida pelo professor, por si só, não constitui uma aula. Para que uma determinada ação seja considerada com tal, deve permitir que os componentes que a conformam interajam possibilitando o cumprimento de seus princípios didáticos. Por tanto, uma atividade sem objetivo definido, ou sem um conteúdo que refere a esse objetivo, ou sem métodos determinados pelo conteúdo, ou sem um meio que expresse as condições sócio-culturais que permita a aplicação dos métodos selecionados, ou sem recursos didáticos configurando o conteúdo selecionado, ou sem um controle da consecução do objetivo proposto, essa atividade não pode ser reconhecida como aula.

    A aula, como núcleo da atividade docente, deve possibilitar o cumprimento dos princípios didáticos. Entre maior coesão entre os componentes da aula, maiores serão as possibilidades de sucesso da docência.

    Sistema de conhecimentos científicos: princípios didáticos

    Os princípios didáticos constituem os fundamentos essências no planejamento didático e em seu desenvolvimento. É a base para selecionar os meios de ensino, atribuir tarefas e avaliar aprendizagens. Sem o cumprimento deles uma determinada ação desenvolvida pelo docente perde a consideração de ser uma aula. Como também acontecem com as categorias e as leis, diversos autores consideram uma grande variedade de princípios que, de certa forma, convergem nestes sete principais princípios didáticos.

    1.- Princípio da tecno-cientificidade: consiste em que todo conteúdo do ensino deve ter um caráter tecnológico, artístico ou científico, apoiado na realidade objetiva. Deve ser sistêmico e, como reflexo dessa realidade deve ficar vinculado à prática social, como critério da verdade.

    2.- Princípio holístico do currículo: cada uma das matérias, disciplinas ou temas de qualquer etapa docente deve abordar, como mínimo, conhecimentos previamente estruturados e planejados, de maneira que o discente os integre como parte de um todo: transdisciplinaridade.

    3.- Princípio da otimização docente: inter-relação dos processos mentais. Este consiste na necessidade de vincular os fatos reais, concretos, com as abstrações e generalizações, através de operações planejadas que levem à cognição: apropriação dos conteúdos pelos discentes.

    4.- Princípio da metacognição: é o que diz respeito ao caráter consciente e à atividade independente dos discentes, através da direção de um docente que viabilize estratégias e táticas para condicionar o aprendizado. (aprender a aprender).

    5.- Princípio da acessibilidade: constitui a exigência de que o conteúdo do ensino seja compreensível e possível de acordo com as características individuais do discente. Consiste em conhecer o nível intelectual e acadêmico do alvo do ensino ou da media do grupo para o planejamento didático seja objetivo.

    6.- Princípio da vinculação do individual com o coletivo, e vice-versa: deve unir os interesses do grupo e os de cada um de seus membros, com a finalidade de lograr os objetivos propostos nas tarefas planejadas. Não se deve dinamizar a aula para um discente, e sim para todos os membros do grupo. Converter os grupos em coletivos, observando as características individuais. Deve permitir o atendimento diferenciado.

    7.- Princípio da solidez dos conteúdos: consiste no trabalho sistemático e consciente durante o processo docente, no qual o discente deve assimilar os conhecimentos, as habilidades, os hábitos e os valores, interiorizá-los, guardá-los na memória e utilizá-los a longo prazo.

    Métodos de pesquisas didáticas

    Nas pesquisas didáticas, o método científico é a forma racional, ordenada e objetiva que estabelece o caminho, através de técnicas com marcado nível de probabilidades de verificação científica para atingir o objetivo definido. As vias para realizar as ações do método da pesquisas científicas constituem-se nas técnicas desse método. A seguir, se expõem métodos e técnicas de pesquisas desde as perspectivas práticas e teóricas que se empregam com sucesso na Didática. Os métodos que se empregam na Pedagogia e em outras ciências particulares são muito parecidos, a principal diferença está nas técnicas desses métodos.

    A natureza do método e da técnica é a mesma: ambos são procedimentos, formas de atuação científica. Mas existe, entre eles, uma grande diferença. Sua diferenciação consiste na abrangência do método, que refere ao geral, enquanto a técnica refere ao particular. Por isso, se tem, em alguns casos, um mesmo método, com diversas técnicas. A seguir se expõem métodos e técnicas de pesquisa, desde as perspectivas práticas e das teóricas que se empregam com sucesso na Didática.

    Os métodos práticos com maior freqüência de uso na Didática, como acontecem nas ciências sociais, são: a observação, a experimentação e a sondagem (levantamento). A observação é o método de recopilação de informação docente mediante a percepção direta, principalmente, através da observação de aulas, as denominadas Visitas Técnicas, como uma técnica de observar os elementos do campo de ação do objeto estudado ou pesquisado. Outra técnica específica da Observação Didática consiste no registro sistemático, válido e confiável de comportamentos ou condutas manifestadas nas aulas metodológicas: instrutivas, demonstrativas e abertas.

    Outro método prático, para as pesquisas didáticas, menos utilizado que o anterior, é o experimento. A prática experimental é o método onde se cria uma situação, já no laboratório, no contexto escolar, na sociedade ou natureza, com a finalidade de observar, sob controle, a relação que existe entre os fenômenos que configuram o objeto estudado. Outra técnica deste mesmo método é a experimentação, onde se desenvolvem atividades sem os estreitos controles das variáveis. Nesta técnica não se utiliza a comparação entre os grupos de controle e o grupo experimental. Centra-se mais no controle de variáveis semânticas ou significativas do próprio campo de ação da pesquisa.

    O terceiro e último método prático é muito utilizado nas pesquisas didáticas, ainda que não supere o primeiro, é a sondagem, também conhecido como, levantamento. A sondagem é o método onde a informação requerida procura-se através das respostas a perguntas orais, escritas no momento da pesquisa ou já recolhida com anterioridade. Existem três técnicas deste método prático: sondagem por fonte bibliográfica, questionário e entrevista.

    Uma das grandes dificuldades das pesquisas didáticas está na inadequada utilização dos métodos teóricos, deixando-se de fazer uma maior contribuição à ciência. Essa inadequada utilização, também cria uma série de questionamentos e dúvidas da cientificidade dos resultados. Não obstante, esses métodos são muito importantes, já que permitem revelar as relações essenciais do ensino, não observáveis diretamente ou a simples olhares.

    Os métodos teóricos didáticos cumprem uma função epistemológica importante, pois possibilitam ir além das características fenomênicas ou superficiais da realidade. Também permitem explicar os fatos e aprofundar nas relações essenciais e qualidades dos processos, fatos e fenômenos docentes. Os métodos mais usados são: o analítico, o sintético, o abstrato, o concreto, o indutivo, o dedutivo, o histórico, o modelativo, o sistêmico e o comparativo.

    Retirado site: http://br.monografias.com


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